Sociedade
Câmara de Leiria garante que intervenção no Rio Lis respeita princípios da engenharia natural
Autarquia sublinha ainda que trabalhos decorrem no período de menor perturbação ambiental
A Câmara de Leiria afirma que a limpeza das margens do rio Lis, nomeadamente no troço urbano, está a ser feita “de modo a possibilitar uma avaliação mais rigorosa dos focos de erosão e instabilidade que se sabe existirem ao longo dos cursos de água municipais”, situação para a qual se encontra prevista a aplicação de técnicas de engenharia natural.
Em nota à imprensa, o Município esclarece que “a engenharia natural, que se enquadra na definição de soluções baseadas na natureza, distingue-se de outras especialidades por recorrer à utilização de vegetação autóctone como base das suas intervenções para proceder ao controlo de erosão, à estabilização de taludes e à requalificação ambiental”.
A intervenção, nomeadamente na ribeira de Amor e no rio Lis entre as pontes dos Caniços e Hintze Ribeiro, foi considerada pela associação ambientalista Oikos como “completamente errada” e feita “à revelia” das boas práticas, devido à limpeza “drástica” de margens.
Para a associação, a agravar a situação está o facto de os trabalhos terem sido realizados “num momento em que a maioria das aves nidificantes naquele habitat iria começar a preparar os respectivos ninhos, garantindo a diversidade biológica em espaço urbano”.
Quanto ao período da intervenção, o município realça que “estes trabalhos são usualmente suspensos entre o início da Primavera e meados do Verão, ou seja, no período compreendido entre Março e Julho, devido a tratar-se do período de nidificação da generalidade da avifauna nestes locais”, ou seja, neste momento “os trabalhos encontram-se dentro do período de menor perturbação”.
A nota da Câmara lembra que a empreitada de limpeza e valorização da Ribeira dos Milagres e da frente ribeirinha do Rio Lis na cidade de Leiria, “que consistiu no corte e limpeza de vegetação espontânea arbustiva, incidindo sobre os núcleos de silvados existentes, realizada por uma empresa especializada”, foi antecedida de sessões de esclarecimento público sobre os trabalhos a realizar.
E frisa que “uma das técnicas mais comuns” usadas nestas intervenções é a plantação de espécies ripícolas (ribeirinhas), “sendo a zona urbana do rio Lis um dos troços-alvo para esta técnica”.
“Muitas vezes, é uma técnica utilizada posteriormente ao controlo de espécies invasoras, também este englobado nos trabalhos afectos à empreitada”.