Sociedade
Caminhada nas Colmeias contra nova prospecção de caulino
Serão afectadas casas, escolas, jardins-de-infância, um lar de idosos e a ribeira de Agodim que, mais à frente, é conhecida como ribeira dos Milagres
No sábado, dia 2 de Setembro, pelas 17:45 horas, acontece uma caminhada de protesto contra a intenção da empresa ADM de fazer prospecção de caulino junto às localidades de Agodim, Talos e Vale de Água, na União de Freguesias de Colmeias e Memória.
O encontro está marcado para o Clube Sete Arcos, em Agodim.
Está a decorrer um abaixo-assinado contra a exploração de caulinos nas Colmeias.
O porta-voz da manifestação, Pedro Sousa, explica que a contestação se prende com o pedido de prospecção de argilas especiais em Cabeço Redondo, uma área equivalente a cerca de 90 campos de futebol.
“É das últimas zonas da freguesia onde não há qualquer tipo de exploração e está inserida no meio da comunidade, rodeada por povoações.”
Junto à área que a ADM pretende explorar, há escolas, jardins-de-infância, um lar de idosos e a ribeira de Agodim que, na freguesia a jusante é conhecida como ribeira dos Milagres e tem sido alvo de notícias, devido à poluição e impacto negativo no rio Lis e na praia da Vieira.
A organização aponta “a destruição provocada pela exploração de inertes”, ao longo de décadas, sem “a correcta recuperação dos espaços” e o “impacto nos lençóis freáticos, com secagem dos poços ou furos”, além das poeiras e constante movimento de veículos pesados nas estradas.
“O que se pretende não é reivindicar contrapartidas, sejam essas quais forem, mas o direito à qualidade de vida que, de forma deliberada, está a ser retirada” à população, refere a convocatória da caminhada.
No dia 11 de Setembro termina o período de consulta na plataforma Participa, onde se refere que a prospecção tocará também território da freguesia vizinha da Boa Vista.
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A ADM é actualmente detida por um fundo de investimento estrangeiro, a Oxy Capital, que, em 2017, afastou o sócio Carlos Mota, filho do fundador da empresa.
Segundo fonte da autarquia, caso haja uma concessão de exploração - o passo seguinte do processo -, o valor dos terrenos dos privados será fixado pelo Estado, sem negociação.
Caso os proprietários recusem o valor, o processo segue para expropriação.