Saúde
Campanha “Urgências só urgentes” visa diminuir pressão nas urgências do hospital de Leiria
Iniciativa pretende educar população
A campanha de Literacia em Saúde "Urgências Só Urgentes" foi hoje lançada pelo Município de Leiria, com o objectivo de diminuir a pressão nas urgências hospitalares e educar os utentes para usarem os serviços de forma criteriosa.
Criada em parceria com o Município de Leiria, Centro Hospitalar de Leiria (CHL), e Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral, “esta campanha vem ao encontro de um plano no sentido tornar mais racional o uso dos serviços de saúde e garantir que cada utente tem direito a uma resposta apropriada à sua situação”, adiantou o presidente do conselho de administração do CHL.
Recordando que 40% dos casos que recorrem ao serviço de urgência não são urgentes, o responsável alertou para a “pressão” que se agravou com a pandemia.
“Quando temos na urgência respiratória mais de 50% de utentes não urgentes ou pouco urgentes, isso pode comprometer a resposta adequada aos doentes urgentes e muito urgentes”, sublinhou Licínio de Carvalho.
Este responsável lamentou que ainda haja pessoas que por terem os sintomas típicos da covid-19, como dores de cabeça, do corpo, febre ou dor de garganta vão à urgência. “Ainda vai demorar algum tempo até que as pessoas aceitem como normal os sintomas da covid-19”, constatou.
Licínio de Carvalho admitiu ainda que não são só as urgências hospitalares – de todo o país – que “têm excesso de procura”, mas também “os centros de saúde”.
“A linha Saúde 24 não tem sido um instrumento capaz de formar e informar os utentes e encaminhá-los da melhor maneira”, acrescentou.
A vereadora com o pelouro da Saúde, Ana Valentim, explicou que a campanha terá “linguagem simples, assertiva, acessível, mas com uma mensagem uma positiva” e passará a mensagem de que o “serviço de urgência não é para consultas”. “Para as consultas temos os cuidados de saúde primários”, avisou.
A campanha, que irá incidir nas escolas, juntas de freguesia, redes sociais, outdoors, lares e associações, pretende “obter um compromisso com todas as pessoas no sentido de obter alguma responsabilidade para utilizarem os serviços de urgência para diminuir a pressão que tem havido”, adiantou Ana Valentim.
Também os corpos de bombeiros, Cruz Vermelha e outros agentes serão sensibilizados para o transporte de utentes não urgentes para as urgências. “Que fique claro que não é por uma pessoa ser transportada por ambulância que é um doente urgente. Há que reduzir a pressão no CHL e garantir que há disponibilidade de recursos quando eles são necessários”, sublinhou o vereador da Proteção Civil, Luís Lopes.
“Esta é uma campanha muito importante no contexto atua, mas queremos que sirva para formar e educar os utilizadores do hospital, pelo que irá prolongar-se no tempo”, garantiu o presidente do Município de Leiria, Gonçalo Lopes.