Desporto

Carina Vicente: “Quero continuar a desenvolver a esgrima leiriense”

19 fev 2023 09:00

Treinadora e coordenadora de esgrima do Bairro dos Anjos, de 32 anos, foi eleita Personalidade do Ano pela Confederação do Desporto de Portugal

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Carina Vicente iniciou a modalidade de esgrima no Bairro dos Anjos em 2018 e recentemente criou um projecto adaptado
Ricardo Graça

Como avalia a prática da modalidade de esgrima em Leiria?
Quando iniciámos o projecto no Bairro dos Anjos, as pessoas desconheciam a modalidade. À medida que fomos tendo alguns atletas, a mensagem começou a espalhar-se. Sobretudo neste último ano, temo-nos juntado a algumas escolas para demonstrações, e temos mais pessoas a saber que existe esgrima em Leiria. Uma das principais dificuldades que enfrentamos é o facto de a esgrima ser vista como um desporto elitista, extremamente caro, apenas praticado pela alta sociedade. E isso não é verdade. Possivelmente consegue-se praticar esgrima com as mesmas mensalidades que o futebol, por exemplo. O equipamento pode sim ser caro, mas tem uma enorme durabilidade. E quem vai entrando e praticando começa a ter essa noção. Mesmo para os miúdos, nós disponibilizamos o equipamento, não há necessidade de aquisição logo no início da actividade. No BA temos miúdos com contextos familiares muito diferentes e todos eles gostam e mantêm-se na esgrima.

É também uma questão de mudança de mentalidades?
Sim. Aquilo que dizemos sempre aos miúdos e aos pais é “venham experimentar”. Só depois de experimentarem é que sabem se vale ou não o investimento. Até porque a esgrima é um dos desportos mais completos em termos de exploração de coordenação motora, e de cálculo mental. Inclusive, os adultos que vêm experimentar não têm ideia do quão físico pode ser. Neste momento estamos também na tentativa de envolver adultos. É um objectivo, pois pode ser um desporto extremamente social. É um desporto individual, mas onde é sempre necessário um grupo.

Foram já promovidos pelo BA dois torneios de esgrima em Leiria. Que impacto têm estes eventos na modalidade?
Embora não estejamos extremamente focados na competição, pois somos muito recentes e ainda não estamos à procura de resultados e participações internacionais, sentimos que para manter o grupo motivado, é neces-sário fazer coisas diferentes. Nós participamos nas provas do calendário nacional, mas algumas, para determinados escalões, são muito competitivas. O que nos levou a pensar que seria preferível promover internamente algumas competições, e há um ano decidimos convidar alguns clubes a juntarem-se. E o resultado foi muito bom. Para os que nunca competiram é uma forma mais saudável de entrar no mundo competitivo. Para os pentatletas, que já vão a provas internacionais de pentatlo, é uma forma de lhes dar mais um momento competitivo. A esgrima é muito isto. É necessário competir, jogar com pessoas diferentes, resolver situações diferentes, porque cada adversário tem desafios distintos. Mas é preciso calcular o quão grande é o passo a dar.

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