Sociedade

Céline Gaspar: “Canto muito no chuveiro e não só. Afinal quem canta seus males espanta”

19 fev 2017 00:00

Música, jornalismo e política na Impressão Digital desta semana.

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Quinze anos a estudar clarinete chegam-lhe para dar música aos eleitores?
Quinze anos a estudar música possibilitaram-me pensamento crítico e autodisciplina, características que considero fundamentais em qualquer função que implique liderança. Se fizermos uma leitura depreciativa da expressão “dar música”, como é comum, nem 50 anos de aprendizagem me ensinariam a fazê-lo. Não faz parte de mim viver nesse prisma. Respeito quem confiou em mim para estar à frente dos destinos desta terra que me viu crescer. 

Já arrumou a boquilha ou contínua com tempo para praticar?
Infelizmente já arrumei o instrumento há alguns anos. Outros ritmos prevaleceram. Mas tenho saudades das “longas conversas” que tocar clarinete me permitiam ter comigo própria. A música permite-nos isso mesmo, fazer uma leitura profunda da nossa alma.

E canta no chuveiro?
Canto muito no chuveiro e não só. Canto por toda a casa. Afinal quem canta seus males espanta.  

Afina com facilidade ou só quando os munícipes se queixam da Junta?
As queixas dos munícipes são fundamentais para afinar a nossa actuação na freguesia e ir ao encontro da pauta ideal para uma sinfonia equilibrada. Só com este espírito poderemos melhorar. Sabemos que nem sempre os recursos nos permitem dissipar essas queixas, mas não deixamos de lutar todos os dias para as atender.  

Ainda a vamos ver no palco da Fesmonte num dueto com o Tony Carreira?
Seria um sucesso de bilheteira (risos).

Já agora, sonha com o dia em que a Fesmonte se torne maior do que a Feira de Maio ou integre o programa da Leiria Capital da Cultura?
Por que não? Os sonhos podem tornar-se uma realidade, basta que lutemos por eles.

Ingressou na Filarmónica Nossa Senhora da Piedade por tradição familiar? 
Não, entrei na Filarmónica por incentivo do meu pai, que pertencia à direcção.

E a direcção do coro juvenil, significa que ainda vai em cantigas?
A vida é uma sinfonia com vários andamentos por isso todos nós num momento ou noutro vamos em cantigas. 

Também aprendeu órgão: tem mais perfil de maestrina, solista ou carregadora de piano?
Tenho perfil para qualquer um dos papéis, depende do objectivo que defina. Há momentos na nossa vida que temos de liderar, outros em que estamos sozinhos e há, também, alturas em que temos de carregar os instrumentos para concretizar os nossos sonhos e objectivos. Só seremos bons em alguma coisa se soubermos cumprir vários papéis diferentes. Só daremos o valor às coisas se as conhecermos em todos os sentidos possíveis. 

Na União de Freguesias lidera em colectivo ou são os outros que seguem o seu ritmo?
Lidero em colectivo. Em equipa o trabalho flui muito melhor. Orgulho-me de estar rodeada das melhores pessoas do mundo. São todos os que trabalham comigo que me permitem concretizar objectivos. Não gosto de trabalhar sozinha.

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