Sociedade

Colégios em acções diárias e com manifestação nacional no dia 29 de Maio

20 mai 2016 00:00

As escolas particulares com contrato de associação vão manifestar-se no próximo dia 29 de Maio em frente à Assembleia da República, tendo ainda planeadas acções diárias mesmo além dessa data.

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“Até ao dia 29, e mesmo depois disso, garanto que vamos dar muita luta, vão haver actividades quase diárias. Hoje há acantonamentos nas escolas, concentração de pais ou discussões sobre o que será a manifestação [dia 29].

Amanhã, no Norte haverá também algumas manifestações de rua. No domingo, haverá uma concentração de todos os núcleos que constituem o movimento em Cernache; na segunda-feira iremos colocar cadeados em todas as escolas e terça-feira, nos núcleos do Centro e Sul serão lançados balões pela liberdade”, anunciou o porta-voz do Movimento Defesa da Escola Ponto, Manuel Bento.  

O porta-voz e também director do Centro de Estudos de Fátima salientou que estes eventos diários servem para “manifestar o repúdio” pelas medidas tomadas pelo Ministério da Educação, que anunciou que 39 escolas com contrato de associação não abrirão turmas de início de ciclo no próximo ano lectivo.   

Manuel Bento acredita que a manifestação do dia 29 de Maio será uma das maiores de sempre. “Representamos 45 mil alunos e 45 mil famílias. Contamos seguramente ter, pelo menos, 50% das famílias nessa manifestação. Será de uma escala nunca antes conseguida neste país e dizemos isso porque notamos a força e indignação das famílias.”  

Segundo Manuel Bento, se não houver recuo da tutela, “a primeira coisa que acontece do ponto de vista não formal é o maior ataque à liberdade de escolha e da democracia”.  

“Em termos práticos, vão-se destruir 50% dos colégios com contrato de associação. Estamos a falar de escolas da rede pública, que há mais de 20, 30 e 40 anos são parte integrante do sistema educativo. Vão-se destruir projectos, famílias, carreiras e vidas em prol de nada”, acrescentou.  

Para Manuel Bento, querem retirar o que estava bem. “Reduzimos nos últimos seis anos 40% dos nossos custos, quer a nível de financiamento quer de turmas. Fizemos todos os ajustes possíveis. Estávamos, neste momento, a tentar ultrapassar a difícil problemática que foram estes últimos anos. Quando assinámos contratos plurianuais, que garantiam estabilidade e previsibilidade para três anos, para novamente iniciar uma discussão, estávamos convencidos que teríamos três anos para nos ajustarmos à nova realidade ajustar. Conhecemos o problema demográfico, que não se resolve com 3% dos alunos do sistema”, salientou.