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CriaJazz. Castelo de Leiria recebe abertura do festival com cantora da Ucrânia e pianista português
Em 2023, o festival CriaJazz decorre até Agosto com concertos em Leiria e também na Batalha
Depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, a vocalista e compositora Kateryna Avdysh fixou residência em Portugal e tem prosseguido a carreira a partir de Lisboa, longe da guerra no país de origem. Já gravou um tema com título em português: “O Meu Mar”. No próximo domingo, 18 de Junho, apresenta-se ao vivo no Castelo de Leiria, naquele que é o concerto de abertura da edição de 2023 do CriaJazz – Festival Novo Jazz.
Com início às 18:30 horas, a actuação da Avdysh Band reúne Kateryna Avdysh com o pianista Manuel Oliveira.
Organizado pelo grupo O Nariz Teatro, o festival CriaJazz encerra a 13 de Agosto com outro concerto no Castelo de Leiria, com o tocador de kora, compositor, cantor e contador de histórias Mbye Ebrima, que, apesar de nascido na Gâmbia, numa família de músicos, vive em Portugal, e por cá, desde 2015, já colaborou, entre outros, com Raquel Reis (violoncelista da Orquestra Gulbenkian), Selma Uamusse e Moulinex.
Também actuou no Coliseu do Porto com Kimi Djabaté e organizou o primeiro festival de kora em Portugal, na Fábrica do Braço de Prata, em Lisboa.
O terceiro nome do CriaJazz com raízes no estrangeiro é o contrabaixista espanhol Pedro Molina, natural de Múrcia, que desde 2017 está instalado no Porto, onde frequentou a Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE). Em Leiria, a 30 de Julho, deverá apresentar- se em quarteto, no Jardim Visconde da Barreira. “Um jardim fabuloso que muita gente, vivendo em Leiria, desconhece”, salienta Vitória Condeço, citada pela agência Lusa. “É uma forma de dinamizar o jardim, de dar a conhecer. É um espaço fantástico”.
A presença de músicos provenientes de outros países ajuda o festival a explorar outras experiências acústicas. “O jazz recebe influências de todo o mundo. Todas as sonoridades existentes convergem. E é isso que o jazz tem de bom e tão cativante”, comenta Vitória Condeço, em declarações à Lusa, com o exemplo de Mbye Ebrima. “Usa a sua criatividade, reinventa os temas tradicionais e dá-lhes o seu cunho pessoal. É esta descoberta e este percurso que queremos fazer”.
Do programa, consta, ainda, e também no Jardim do Visconde da Barreira, a estreia do projecto Yin e Yang, em que se juntam o clarinetista Gastão Silva – que já este ano participou numa residência artística na Casa Varela, em Pombal, com o músico Carlos Barretto – e o guitarrista Hugo Ferreira, que, entre outros palcos, já passou pelo festival Porta-Jazz.
Pela primeira vez, o CriaJazz estende-se para fora das fronteiras do concelho de Leiria e acontece na Batalha a 16 de Julho – está prevista a actuação do Mimo’s Dixie Band, grupo que combina o estilo musical dixieland, o gesto mímico, as artes circenses e a comédia, no centro histórico da vila, junto ao Mosteiro, e no ecoparque sensorial Pia do Urso, na freguesia de São Mamede.
Ao todo, a edição de 2023 do CriaJazz oferece cinco concertos, em dois concelhos, a decorrer nos meses de Junho, Julho e Agosto, com o objectivo de apresentar novos talentos em salas não convencionais.
O festival, que vai na quarta edição, nasceu da necessidade de dar visibilidade a um segmento que o Nariz Teatro desenvolve há perto de duas décadas, em que dá a conhecer projectos originais de jovens músicos, pelo qual já passaram artistas portugueses e outros oriundos, por exemplo, de Itália, Estados Unidos e Inglaterra.
