Opinião

Deitar fora os meus profetas? Jamais!

5 set 2019 00:00

Num estudo recente, realizado na Finlândia, concluiu-se que é a empatia do professor a chave para o desenvolvimento académico do aluno.

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Como mudei de casa trouxe atrás de mim todos os objetos e livros que lá sentia a falarem comigo. Agora, no meu novo nicho de trabalho, ando a arrumá-los e é estranho pôr-me a avaliar o que desse meu humilde pecúlio decido manter ou deitar fora.

Com os objetos tem sido relativamente fácil: apesar de pouco valiosos estão já há gerações na família e, por isso, ao guardá-los sinto-me a respeitar a materialização dos afetos dos meus antepassados e gosto dessa sensação. Já com os livros, por onde estudei toda a minha vida, ando indecisa.

Como um todo, se alguém lhes pegasse no futuro, eles apenas se mostrariam como instrumentos de trabalho de uma professora no século passado. No entanto a mim, hoje, eles ainda me servem.

Agora, por exemplo, li no epílogo de um livro que comprei em 91 e que se chama Como educar as atitudes o seguinte: “Qualquer discurso sobre a educação de atitudes tem como fulcro a atitude pessoal do educador.(…) Pensamos que como ponto de partida de todo o processo deve estar a crença interior do educador nos valores e atitudes que deseja formar nos jovens. (…) Os alunos devem ver encarnados em nós esses mesmos valores e atitudes que lhes transmitimos”.

A estas recomendações, feitas neste livro, poder-se-iam vir juntar centenas de outras, de outros temas, retiradas dos meus velhos livros como conhecimento pertinente e por isso ainda repletas de utilidade, na escola dos dias de hoje.

E sim, é verdade, tenho sentido o quão verdadeiro é aquele tão ridicularizado cliché que afirma que os problemas, com os alunos atuais, surgem porque sendo eles do século XXI, ainda vão a uma escola moldada no século XIX.

Se não, que outro motivo haveria para escola

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