Sociedade
Descobertos azulejos do século XVII no Mosteiro da Batalha
Encontravam-se numa divisão desactivada e terão pertencido a frontais de altar
A investigação e o tratamento do achado coube a Inês Rodrigues, orientada por Lídia Catarino e Pedro Redol.
O estudo permitiu concluir que os azulejos pertenceram a três altares distintos, instalados na sala do capítulo do Mosteiro da Batalha, dos quais praticamente se tinha perdido a memória.
Estão em causa diversos tipos de azulejos, que foram descobertos no ano passado, numa divisão desactivada do espaço afecto aos militares que, no Mosteiro da Batalha, fazem a guarda de honra ao Soldado Desconhecido, anunciou o serviço educativo do monumento na respectiva newsletter de Maio.
“Uma parte dessas peças foi imediatamente identificada como tendo pertencido a frontais de altar do século XVII”, lê-se no texto.
A pesquisa e interpretação decorreu no âmbito de um estágio para conclusão do curso de mestrado em Património Cultural e Museologia - Conservação e Reabilitação, da Universidade de Coimbra.
“O estudo e a conservação destes azulejos é tão mais importante para o conhecimento e a memória do Mosteiro, quanto se sabe muito pouco sobre a casa conventual, no período em que foram produzidos e aplicados. Da vizinha Quinta da Várzea, propriedade dos frades da Batalha, guarda-se um frontal de altar da mesma “família”, denominada de “aves e ramagens””, é explicado na newsletter.
“Os frontais de aves e ramagens inspiraram-se em panos pintados, vindos da Índia, nomeadamente chitas, tendo-se cruzado essa inspiração com alguns elementos da cultura cristã. Como exemplo, é possível identificar, no centro dos painéis, cartelas com imagens de devoção católica, como os cravos de ferro emoldurados pela coroa de espinhos (instrumentos da Paixão de Cristo) e a Virgem Maria”, acrescenta o serviço educativo do Mosteiro da Batalha.