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DGArtes: renovação de apoios para três estruturas no Oeste
Projectos até 2030 da Banda de Alcobaça, do Teatro da Rainha e do colectivo Osso abrangem música, artes performativas e artes visuais
O procedimento renova o apoio da Direcção-Geral das Artes (DGArtes) por mais quatro anos, sem concurso. De acordo com os resultados agora divulgados, contempla três entidades com sede no distrito de Leiria: a Banda de Alcobaça, o Teatro da Rainha e o colectivo Osso. Já tinham obtido financiamento para o ciclo 2023-2026 e prologam-no por igual período, até 2030.
No caso da Banda de Alcobaça, está em causa uma verba de 240 mil euros por ano, ou seja, 960 mil euros, no total. Será aplicada na temporada Cistermúsica (Sacra, Festival de Música de Alcobaça e Fronteiras), no Festival de Ópera de Óbidos, no festival Gravíssimo! e, ainda, no programa PAMCA, em que são desenvolvidas acções de mediação cultural com pendor artístico nas áreas educativa e social.
O presidente da Banda de Alcobaça, José Rafael Rodrigues, sublinha que o apoio da DGArtes é “impactante” porque garante “estabilidade” e permite a “consolidação” das actividades propostas em cada ano, além de funcionar como “uma alavanca” na captação de outros apoios, junto de mecenas privados e dos municípios. O dirigente assinala a nota máxima obtida na avaliação pelo júri: “Foi extremamente positiva, 100 em 100”.
Na lista de 125 entidades que viram renovado pela DGArtes o apoio sustentado quadrienal, consta ainda o Teatro da Rainha e a Osso, estrutura artística também baseada na região Oeste, no concelho de Caldas da Rainha, que procura fomentar a criação, programação e formação, com um carácter multidisciplinar, e que no ciclo 2023-2026 foi contemplada com 240 mil euros por ano (960 mil euros no acumulado).
Para o Teatro da Rainha, a DGArtes vai entregar 400 mil euros por ano, portanto, 1 milhão e 600 mil euros, no global. “Pudemos experimentar pela primeira vez [no ciclo 2023 a 2026] um quadro de estabilidade mínimo, o que nos permitiu programar trabalho, isto é, planificar, ver para além de um ano de vida e portanto deixar de estar sempre no arame e com o credo na boca - há 37 anos que que vivíamos a prazo”, destaca o director artístico da companhia com sede em Caldas da Rainha.
“Para uma estrutura de criação teatral residente numa pequena cidade é determinante um ciclo de tempo mínimo, uma legislatura, diria, pois é determinante da criação um elenco residente mesmo que seja apenas nuclear e um quadro técnico-artístico e administrativo que tenha uma história comum, um sistema de afectos, uma cultura do fazer teatro. Não há aprofundamento do trabalho artístico do teatro sem uma cumplicidade de anos, é essa proximidade na criação que qualifica a pesquisa de uma dada linguagem da encenação e um dado estilo de jogo dos intérpretes”, acrescenta Fernando Mora Ramos.
A renovação do apoio pela DGArtes até 2030 vai permitir a continuidade dos projectos anteriores. “E a revelação de um conjunto de autores desconhecido em Portugal, espectáculos feitos a partir de textos de autores residentes, novos encenadores, espectáculos integrando “novos” intérpretes e “velhos” intérpretes e aquele conjunto de práticas que inclui além da criação teatral, formação, edição, o Diga 33, dedicado à poesia portuguesa contemporânea, uma política de repertório rigorosa e reveladora de novas experimentações dramáticas, a digressão” e “a mediação cultural”, adianta.
Com uma estrutura de 13 elementos residentes, o Teatro da Rainha prepara para os próximos anos “uma série de estreias nos palcos do Centro Cultural e de Congressos” em Caldas da Rainha. “O regime de co-produções e o estatuto semi-residente no CCC vai permitir-nos um alargamento de perspectivas”, refere Fernando Mora Ramos. “Obviamente que para isso contribui a excelente relação que temos com a autarquia, entidade que também nos apoia de forma diversa e ampla, isto é, como se foramos também, e somos, indirectamente, além de um serviço nacional, um serviço autárquico cm gestão autónoma e independente, livre criativamente”.