Saúde
DGS diz que ainda não é seguro comer broa em Leiria
Matérias-primas suspeitas de estarem na origem da toxi-infecção foram retiradas do mercado
A Direcção-Geral de Saúde mantém a recomendação de não consumo de broa de milho em Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro, apesar de terem sido retiradas do mercado as matérias-primas envolvidas nos casos de toxi-infecção.
Segundo a DGS, “foram identificadas e retiradas do circuito de produção as matérias-primas envolvidas nesta ocorrência, mantendo-se a avaliação sistemática da sua eventual presença, estando a ser implementadas todas as medidas consideradas adequadas para a gestão do risco”.
Continua a ser desaconselhado o consumo da broa de milho pela DGS e Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) “nas áreas consideradas de risco, até que haja a garantia de que todos os alimentos ou produtos potencialmente contaminados estão efectivamente retirados do mercado”.
Neste momento, a DGS informa que “existem apenas casos esporádicos de toxi-infecção alimentar associada ao consumo deste alimento”, devido à “estratégia adoptada pelas autoridades competentes e à adesão às medidas por parte dos produtores e dos consumidores”.
A recomendação continua a ser "preventiva" e "provisória" para as áreas consideradas de risco, “até nova comunicação”.
“Não se confirma o envolvimento de produto estupefaciente na confecção da broa”, garantiu ainda a DGS.
Quando o alimento for considerado seguro, a DGS emitirá um novo comunicado.
A DGS e a ASAE emitiram um comunicado conjunto, a 10 de Agosto, a desaconselhar o consumo de broa de milho em localidades dos distritos de Leiria, Santarém, Coimbra e Aveiro enquanto decorre a investigação à toxinfeção alimentar associada a este alimento.
Entre 21 de Julho e 9 de Agosto de 2023 foram registados 187 casos de toxi-infecção que apresentavam um quadro sintomático semelhante, principalmente “secura da boca, alterações visuais, tonturas, confusão mental e diminuição da força muscular”, sintomas associados ao consumo de broa de milho nos distritos de Leiria (Pombal, Ansião, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande), Santarém (Ourém), Coimbra (Figueira da Foz, Condeixa-a-Nova e Coimbra) e Aveiro (Ílhavo, Vagos).
Estes sintomas surgiram “entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão de alimentos”.
“Na maioria dos casos verificou-se ausência da sintomatologia em poucas horas, com sintomas classificados como ligeiros, com apenas 43 dos casos suspeitos a necessitarem de cuidados hospitalares”, adiantaram as autoridades.
Foi aberta uma investigação epidemiológica, que foi conduzido pelos Departamentos de Saúde Pública das Regiões Centro e Lisboa e Vale do Tejo, Direção-Geral da Saúde, Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses.
“Foi possível determinar que os afetados tinham em comum o consumo de broa de milho produzida e distribuída nos distritos de Santarém, Leiria, Coimbra e Aveiro, pelo que a suspeita da origem da toxi-nfecção pode estar relacionada com a farinha usada na confeção deste alimento”, acrescentou a nota.
A DGS e a ASAE determinaram a investigação e a realização de análises ao alimento e matérias-primas, e a inspecção de operadores económicos para identificação dos lotes de matérias-primas utilizados.