Viver

Dom Roberto. Há uma última história para contar, resgatada pela S.A. Marionetas

20 nov 2025 10:00

Talvez o derradeiro título possível de extrair da tradição oral, O Marquês de Pombal e os Jesuítas é o sexto espectáculo de Teatro Dom Roberto recuperado pela companhia de Alcobaça, nos últimos 28 anos

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Uma peça, um livro, uma exposição, um documentário. A pesquisa de Natacha Pereira, José Gil e Sofia Vinagre para O Marquês de Pombal e os Jesuítas contou com a colaboração de Rodrigo Moreira e Joana Borges, na recolha de imagens
Ricardo Graça

José Manuel Valbom Gil, Natacha Costa Pereira e Sofia Olivença Vinagre falam na casa da S.A. Marionetas, nos arredores de Alcobaça, mas a conversa recua centenas de anos até ao aparecimento da commedia dell’arte em Itália, no século XVI, com grupos de artistas a percorrerem a Europa e a incluírem Lisboa nas digressões. “Tenho a teoria que o Dom Roberto é influenciado por terra e por mar”, diz José Gil. “Vindo de Nápoles a Portugal o Pulcinella, que é o herói italiano, e vindo também os bonecos de luva chineses, esta mistura acaba por se transformar no teatro que nós agora chamamos Dom Roberto”, explica. “Este é o espectáculo com mais velocidade a nível de ritmo na Europa toda, muito parecido com a velocidade que os chineses imprimem”.

No próximo sábado, 22 de Novembro, o Armazém das Artes recebe a estreia de O Marquês de Pombal e os Jesuítas, que a S.A. Marionetas anuncia como uma das últimas histórias de Teatro Dom Roberto possíveis de recuperar da tradição oral, talvez mesmo a última. Terá sido apresentada até meados do século XX e na época seria “a mais pedida” pelo público, por causa das cenas de “pancadaria” contra “quem mandava”. José Gil, Natacha Pereira e Sofia Vinagre chegaram à raiz da dramaturgia através de memórias recolhidas em entrevistas de norte a sul do país, e também na Galiza, onde encontraram um enredo semelhante, mas adaptado ao descobrimento da América, no acervo do Barriga Verde.

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