Viver

E ao segundo número, a Acanto traz Arthur Sze e outros inéditos

27 jun 2021 09:30

Revista de poesia publicada em Leiria anuncia autores nunca traduzidos em Portugal

e-ao-segundo-numero-a-acanto-traz-arthur-sze-e-outros-ineditos
Com poemas de Arthur Sze, o n.º2 da Acanto é lançado este domingo, na Feira do Livro de Leiria
Eric Swanson

Em Novembro de 2019, o poeta, tradutor, editor e professor Arthur Sze venceu o National Book Award For Poetry, nos Estados Unidos, com Sight Lines, a sua décima colectânea de poesia.

Desde a noite da cerimónia, em Nova Iorque, obras de Sze surgiram pelo menos três vezes nas páginas da New Yorker, a última já em Abril deste ano.

Chega agora a outra revista, a Acanto, editada em Leiria, que segundo o director, Paulo José Costa, é a primeira em Portugal a traduzir e publicar o autor americano de ascendência chinesa residente em Santa Fé, no Novo México.

Apresentada em Março, no Ronda – Leiria Poetry Festival, em que Arthur Sze participou à distância no primeiro dia, entrevistado online por Isabel Lucas, a revista de poesia Acanto salta fronteiras logo no número dois, que tem lançamento agendado para o próximo domingo, pelas 16 horas, no Teatro Miguel Franco, no contexto da Feira do Livro de Leiria e com a presença anunciada do antigo ministro da Cultura Luís Filipe Castro Mendes.

No miolo de 112 páginas que constitui o segundo momento da Acanto encontram-se colaborações de 19 autores, entre eles, Alfredo Pérez Alencart (Perú), Emma Fondevila García (Argentina), Emilio Muñiz Castro (Espanha), Gérard Cartier (França), Jean-Albert Guénégan (França), José Iniesta (Espanha), Leonardo Tonus (Brasil), Myriam Soufy (Tunísia), Rafael Zacca (Brasil) e Ricardo Virtanen (Espanha).

“A aposta neste número foi sairmos de portas e publicarmos outras linguagens”, de “outras latitudes”, reconhece Paulo José Costa, para quem a colaboração de Arthur Sze, com três poemas, Sleepers, Pyrocumulus e Among Spruce, “credibiliza” a Acanto e “vai fazer algum frisson no campo editorial”, dado o “destaque e proeminência que este poeta tem nos Estados Unidos”.

Porém, não é o único a estrear-se em português pela mão da Acanto. Segundo Paulo José Costa, o mesmo acontece com Gérard Cartier e Myriam Soufy.

De Portugal, participam Helena Costa Carvalho, Isabel Ponce de Leão, José do Carmo Francisco, Luís Filipe Castro Mendes, Manuel Neto dos Santos, Paulo Chagas, David Teles Ferreira e Fernando José Rodrigues, os dois últimos de Leiria.

Além de poesia, há convocação da memória (José do Carmo Francisco sobre Leonoreta Leitão, poetisa nascida em Leiria no ano de 1929), ensaio (de Isabel Ponce de Leão, com o título Sob a levedura do medo) e ilustração de Hirondino Pedro, Pedro André e Fulvio Capurso.

Na Feira do Livro de Leiria, será apresentado o site da Acanto, que abre a possibilidade de utilização de som e vídeo, em próximas edições.

Na origem da Acanto estão os serões literários realizados na freguesia de Cortes. Tal como no Ronda – Leiria Poetry Festival, e, anteriormente, na Ronda Poética, eventos a que Paulo José Costa também está ligado, existe o objectivo de afirmar o legado de produção poética que persiste na cidade, e na região, e que remonta às cantigas de D. Dinis e às obras de Francisco Rodrigues Lobo e de Afonso Lopes Vieira.

O principal apoio para a materialização da Acanto chega da Câmara Municipal de Leiria, que adquire os 250 exemplares do número dois da revista trimestral de poesia, que deverão, posteriormente, ser disponibilizados para aquisição pelo público.