Sociedade
Empresa de Óbidos ajuda a desviar asteróide
A empresa tecnológica portuguesa Tekever vai participar no projecto da Agência Espacial Europeia (ESA) que pretende mudar a rota de um asteróide em 2020
Os cientistas da ESA — Agência Espacial Europeia e da NASA (agência americana de espaço e aeronáutica) estão a desenvolver um projecto que visa enviar sondas em 2020 para mudar a rota de um corpo celeste. E, desta vez, vai ter o dedo de uma empresa portuguesa que teve a sua génese no distrito de Leiria.
Mas vamos por partes. O cenário parece-lhe familiar? Sim, a colisão iminente de um enorme meteorito, capaz de devastar completamente a civilização humana da face da Terra, ao mesmo tempo que provoca um evento global de extinção em massa, semelhante ao que fez extinguir os dinossauros da face do planeta, já foi usado por Hollywood várias vezes. Uma delas foi o filme Armageddon.
Desta vez, segundo o semanário Expresso, a Tekever, grupo tecnológico que tem um centro de desenvolvimento em Óbidos, participa na missão.
E não haverá astronautas e cosmonautas enviados para o espaço nesta iniciativa baptizada de AIDA (Asteroid Impact & Deflection Assessment, ou avaliação do impacto e desvio de asteróide). O objectivo será tentar mudar a trajectória do asteróide Didymos que tem 750 metros de comprimentos e um outro corpo celeste mais pequeno (o Didymoon de 160 metros), espécie de lua que o orbita.
Segundo a empresa, a NASA encarrega-se de enviar uma sonda projéctil, a DART (Double Asteroid Redirection Test, ou teste de redireccionamento de duplo asteróide), com cerca de 300 quilos que irá colidir com o Didymoon em 2022, enquanto as quatro sondas lançadas pela ESA terão como missão observar o impacto e enviar para a Terra as consequências do acontecimento.
Simples, não? Nem por isso. Os três corpos – DART e os dois asteróides – vão estar a mover-se a alta velocidade e todo o processo implica muita Física e Matemática.
Mas o esforço, no futuro, poderá evitar um Armagedão, semelhante ao que provocou a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos.
A Tekever é a empresa por detrás da criação do primeiro drone português, um avião não tripulado (UAV) totalmente autónomo capaz de realizar missões civis e militares e que foi desenvolvido em Óbidos.