Sociedade

Empresários contra intenção de mudar alta velocidade para Ourém/Fátima e Santarém

25 set 2025 12:09

Associação Empresarial da Região de Leiria recorda que território há décadas que "sofre com a inexistência de uma linha férrea que verdadeiramente o sirva"

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Actual traçado está há muito decidido e já tem declaração de impacto ambiental positiva
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A Associação Empresarial da Região de Leiria - Câmara de Comércio e Indústria (Nerlei - CCI) está contra a proposta de alteração do traçado da alta velocidade que coloca a linha a ligar Soure ao Carregado, passando nas proximidades de Santarém, Almeirim, Ourém e Fátima, e cidades do Médio Tejo, como o Entroncamento, Tomar e Abrantes, estendendo a ligação a Castelo Branco, Covilhã e Guarda.

O estudo foi desenvolvido pela GV Consultores de Engenharia em parceria com a ADFERSIT – Associação para o Desenvolvimento dos Transportes em Portugal e a CIP.

Em comunicado enviado às redacções, a Nerlei CCI demarca-se da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), uma das promotoras da proposta e de quem é associada.

"Na sequência de notícias vindas a público a Nerlei - CCI manifesta a sua total oposição à consideração de uma proposta alternativa para o traçado da Linha de Alta Velocidade (LAV) no acesso ao novo aeroporto de Lisboa e na ligação Lisboa–Porto, com passagem pela margem esquerda do Tejo, deslocalizando a estação projectada para Leiria/Marinha Grande, em alegado benefício de localidades do Médio Tejo e Santarém e afastando a LAV da Região de Leiria e do Oeste, associando-se assim a tomadas de posição idênticas já tomadas pela Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) e pela Associação e Desenvolvimento de Leiria (Adlei)", refere a associação em comunicado.

Esta entidade recorda que o actual traçado está há muito decidido e já tem declaração de impacto ambiental positiva.

"A eventual alteração do traçado agora, significaria anular anos de estudos técnicos, avaliações ambientais e decisões de planeamento democraticamente validadas e novos e inadmissíveis adiamentos na concretização desta importante infra-estrutura ferroviária."

A Nerlei - CCI recorda que as zonas de Leiria e Oeste há décadas que "sofrem com a inexistência de uma linha férrea que verdadeiramente sirva, quer a dinâmica económica, quer a dinâmica demográfica desta região. A LAV da Região de Leiria e Oeste vem, justamente, repor anos de desinvestimento na região no que respeita ao meio de transporte ferroviário".