Economia

Empresas unem-se na busca de soluções para minimizar impactos do Covid-19

20 mar 2020 09:15

Mais de uma centena de empresas juntaram-se para criar soluções tecnológicas que possam ajudar a minimizar os impactos do surto de coronavírus. Entre elas estão duas da região

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Em breve será criada plataforma acessível a todos
Ricardo Graça
Raquel de Sousa Silva

Criar soluções tecnológicas com o intuito de combater e minimizar o impacto da pandemia de coronavírus (à hora de fecho desta edição havia 642 casos confirmados no nosso País) é o objectivo do Movimento tech4COVID19, que junta mais de 120 empresas de áreas distintas.

Entre elas estão duas com ligações à região de Leiria: Ambisig, empresa de sistemas de informação geográfica, tecnologias de informação e consultoria, sediada em Óbidos (que até ao fecho da edição não respondeu às questões do JORNAL DE LEIRIA), e Forall Phones, propriedade de um empreendedor de Ourém.  

Criar um chat para tirar dúvidas sobre os apoios concedidos pelo Estado às empresas e cidadãos, melhorar o rastreamento de redes de contágio, facilitar videochamadas entre médicos e doentes, criar uma rede de suporte a profissionais de saúde deslocados ou a pessoas que necessitam de ajuda para ir às compras ou à farmácia são alguns dos objectivos dos projectos que já estão a ser desenvolvidos.

Além destes, as soluções passam igualmente por acelerar a compra de material hospitalar e lançar um crowdfunding (financiamento colaborativo) para a sua compra, divulgar informação, recrutamento e coordenação dos profissionais de saúde e criar um sistema que permita aos cidadãos verificarem sintomas sem precisarem de ir ao médico.

Aliás, a GoParity, uma das empresas que se juntaram ao movimento, já anunciou ter lançado a Stop Covid-19, uma campanha de angariação de fundos para a compra de equipamento médico para doação a centros hospitalares e unidade de saúde. Na página de facebook do movimento, explica que o objectivo mínimo são 100 mil euros, tendo a identificação dos equipamentos sido feita de acordo com orientação da Direção Geral da Saúde e técnicos de saúde e validada por especialistas.

A identificação de fornecedores a nível mundial para a aquisição dos equipamentos foi um esforço conjunto de mais de 15 startups, adianta. Além das mais de 120 empresas, o Movimento tech4COVID19 conta com mais de 600 pessoas de áreas como a cibersegurança, saúde, manutenção, recursos humanos, consultoria, comércio electrónico, entre outras, tem neste momento 12 projectos tecnológicos em desenvolvimento e em breve será lançada uma plataforma de acesso a todos, avança o Expresso.

“Este é um movimento muito importante, que reúne empreendedores e empresários que querem ajudar a sociedade neste momento”, aponta José Costa Rodrigues, CEO da Forall Phones. O jovem de Ourém disse ao JORNAL DE LEIRIA que ainda não está totalmente definido o que cada empresa irá fazer, mas esta empresa de venda de smartphones e iphones seminovos vai, por exemplo, abdicar de parte da sua margem de lucro para oferecer os portes grátis.

É que, nesta altura em que muitas empresas colocaram os seus colaboradores em regime de teletrabalho, estão a subir as vendas de telemóveis e de tablets, “porque precisam de dotar as pessoas de meios para poderem trabalhar”.

“Há tanto talento, potencial e uma capacidade de fazer coisas tão grande dentro das startups portuguesas que a nossa motivação foi direccionar esse potencial para iniciativas que ajudassem toda a gente nesta fase difícil”, sublinha em comunicado, citado pelo Expresso, Felipe Ávila da Costa, cofundador e presidente executivo da Infraspeak. 

O movimento começou com conversas informais entre empreendedores mas, em menos de 24 horas, conseguiu juntar “229 pessoas (programadores, profissionais de marketing, gestores, designers, médicos e muito mais) de muitas das principais startups portuguesas”, revelou Felipe Ávila da Costa, que acrescentava ainda estar à procura de pessoas com experiência em gestão de recursos humanos, comunicação, design e programação.

Segundo o Expresso, o movimento já está em contacto com profissionais de saúde e entidades competentes, entre as quais a Direcção-Geral da Saúde, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e as Administrações Regionais de Saúde, de forma a validar a sua contribuição e a perceber quais as necessidades reais do país.