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Entrevista | Hugo Ferreira, fundador da Omnichord: “A intervenção nas escolas e com as comunidades é o principal desafio”
Ao celebrar 10 anos, a editora de Leiria é também uma casa de ideias e produção em projectos sociais e ambientais, além da música
Quais foram os momentos mais surpreendentes nestes 10 anos da Omnichord?
Houve vários. Há um muito importante, que é o Zus! [concurso organizado pela Fade In], porque no Zus! nós apercebemo-nos que para além dos Nice Weather For Ducks [primeiro banda editada pela Omnichord] havia mais para trabalhar. Outro momento muito importante, logo a seguir, foi o [álbum] Leiria Calling, porque mostrou que com uma acção concertada conseguíamos chegar a um público nacional. E depois, provavelmente, o primeiro [festival] Eurosonic a que fomos com os First Breath After Coma, em 2017, que teve Portugal em country focus [país de destaque]. A partir daí apercebemo-nos que num palco internacional as nossas bandas estariam em igualdade com outras. Então, o processo de internacionalização foi o terceiro grande momento. O quarto, acho que foi o início da pandemia. Enquanto em todo o lado estavam a recorrer à subcontratação, nós estávamos a formar uma equipa, com contratos. É aí que aparece o Nascentes, o projecto com os 5ª Punkada, o A Música dá Trabalho e uma série de projectos que fazem cair o Records, entre aspas, e que tornam a Omnichord uma casa de ideias e de produção, não só uma editora de música.
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A relação com artistas como a Surma, os First Breath After Coma, os Whales, resulta de um trabalho de prospecção que faz lembrar o que acontece no desporto e no futebol.
Completamente. E mostra que este regresso às escolas ensaiado com a Música Omnipresente e agora concretizado com o A Música dá Trabalho é precisamente devolver às escolas aquilo que as escolas nos deram e tentar fazer um trabalho continuado para que apareçam mais valores e mais talento, que possa ser absorvido por nós ou por outros. É no Zus! que descobrimos os First Breath After Coma, a Débora [Umbelino] e os Whales.
Entretanto, chegam à Omnichord artistas de fora de Leiria, primeiro a Labaq, depois o Cabrita, Criatura, os 5ª Punkada. É para continuar?
Cada vez mais os projectos culturais têm de ser colaborativos. Uma coisa são os projectos que temos de Leiria, que tratamos em 360 graus, outra coisa são projectos que vão aparecendo, que de alguma forma têm alguma ligação e que achamos que fazem todo o sentido. Por exemplo, o Cabrita toca com o Filipe Rocha, que está desde o início na Omnichord. Os Criatura já aparecem numa noção um bocado diferente. Nós ouvimos o disco e ficámos perdidamente apaixonados. Achamos que é um marco na música portuguesa. Por exemplo, em distribuição, trabalhamos com a Rastilho. Cada vez mais queremos trabalhar com colaborações, seja com músicos, seja com instituições. Com o Leirena, a Surma tem estado a musicar variadíssimas peças. A nossa génese era trabalhar pelas pessoas de Leiria, capacitar e dar-lhes condições. Isso evoluiu para se tornar um híbrido de espírito colaborativo entre vários. Com parceiros tanto daqui como da região como nacionais e internaciona
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