Sociedade
Estudo em Peniche avalia utilização de algas na conservação de óleos alimentares
Testes laboratoriais revelam aumento do valor nutricional e da durabilidade das conservas
Um estudo inovador, realizado no Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria (MARE) do Politécnico de Leiria, no âmbito do projecto “Ocean2Oils”, concluiu que o uso de extractos de algas na suplementação de óleos alimentares pode aumentar a sua qualidade e o seu tempo de durabilidade.
Segundo Carla Tecelão, investigadora do Politécnico de Leiria, foram alcançados “resultados muito promissores no sentido de que a suplementação com algas aumenta a estabilidade do óleo e prolonga o seu tempo de vida útil, evitando algumas reações que levam à degradação”.
Os testes laboratoriais efectuados verificaram que “o valor nutricional e a estabilidade” são maiores, devido ao “contacto com o oxigénio”, às “temperaturas elevadas” e à água libertada pelos alimentos.
Entre as vantagens associadas à utilização das algas, está “o aproveitamento da biomassa residual, que fica depois da extração dos oxidantes, e que ainda é rica em nutrientes, em rações para aquacultura”, afirmou a investigadora.
O "Ocean2Oils" envolve quatro entidades, duas instituições de ensino superior - o Politécnico de Leiria, como promotor, e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa -, e duas empresas: a Sovena Consumers Goods, na área do comércio de óleos vegetais, e a Francisco Baratizo, que se dedica à congelação e transformação de produtos da pesca.
O projecto teve início em Setembro de 2019 e deverá terminar em 2022.
A iniciativa tem um orçamento de cerca de 200 mil euros, dos quais 86% são financiados pelo programa Fundo Azul, da Direcção-Geral de Política do Mar.