Economia

Exportações de vinho do distrito cresceram 25% no ano passado

21 nov 2018 00:00

Leiria tem aumentado as vendas de vinho para os mercados externos. No ano passado as exportações somaram 16,8 milhões

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Raquel de Sousa Silva

As exportações de vinho do distrito de Leiria ascenderam a 16,8 milhões de euros no ano passado, montante que traduz um crescimento de 25,3% face aos 13,4 milhões exportados em 2016, que foram já uma subida de 29% em relação aos 9,5 milhões do ano precedente, revelam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2017, os vinhos produzidos no distrito tiveram como principal destino o Reino Unido, para onde as exportações somaram 3,8 milhões de euros. Seguiram-se os Estados Unidos (1,7 milhões de euros), Espanha (1,5 milhões de euros, fazendo do país vizinho o terceiro mercado, quando no ano anterior foi apenas quinto), França (1,3 milhões) e China (1,3 milhões, caindo de segundo mercado em 2016 para quinto no ano passado).

Em 2017, as exportações portuguesas de vinho subiram 7,7% em valor, segundo o INE. Já os últimos dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) revelam que o país vendeu para fora três milhões de hectolitros, o que o coloca em nono lugar entre os maiores exportadores. Mas segundo esta entidade, Portugal é também o maior consumidor de vinho per capita. Cada português consome 51,4 litros por ano.

O que procuram os consumidores? “Produtos distintos”, aponta Leonel Duarte, responsável pela Garrafeira Vip, de Leiria. O tinto continua a reunir as preferências da maioria dos portugueses, adianta. O mesmo referem os dois produtores ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA.

“Os tintos dominam o mercado, mas o crescimento dos vinhos brancos tem sido grande, porque a sua qualidade também tem aumentado”, aponta Pedro Ribeiro. O enólogo da Herdade do Rocim afirma que os consumidores procuram agora “vinhos mais autênticos, que reflictam mais o seu terroir”. Nesse sentido, os vinhos de talha, “que são produzidos com um mínimo de intervenção e levam essas características ao extremo, são cada vez mais procurados”.

No dia 11, a Herdade do Rocim realizou nas suas instalações no Alentejo um evento de abertura das talhas da colheita de 2018, onde estiveram mais de 20 produtores, cinco deles estrangeiros, e onde marcaram presença mais de mil pessoas. Inserida no Grupo Movicortes, de Leiria, a Rocim produz este tipo de vinho há já vários anos. “Foi dos primeiros produtores a engarrafar vinho de talha”, diz Pedro Ribeiro.

Também a Quinta da Serradinha, de Leiria, trabalha vinhos de talha há algum tempo, neste caso biológicos, como todos os outros que produz. No total, a exportação desta empresa ronda os 85% e António Marques da Cruz diz que, na Europa, a procura de vinho de talha é uma tendência com vários anos. Por cá, “no Alentejo há muito que é assim”. No resto do País, a tendência tem crescido de há três anos para cá, constata.

Também este produtor nota que os portugueses preferem tintos. “Continuam a ser os mais vendidos, mas a procura de brancos tem crescido”.