Economia

Exportações portuguesas de moldes cresceram perto de 6% em 2017

27 set 2018 00:00

As exportações da indústria portuguesa de moldes continuam a bater recordes. Em 2017 ultrapassaram os 668 milhões de euros, valor que traduz um crescimento de 5,7% face ao ano anterior, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística

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Raquel de Sousa Silva

A indústria portuguesa de moldes tem ao longo dos anos “demonstrado uma elevada capacidade de adaptação às necessidades dos seus clientes e à evolução, quer dos mercados quer das tecnologias” e os resultados são visíveis. 2017 foi um “ano de referência”, com as exportações a atingirem “um valor recorde”.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), as vendas para o exterior ultrapassaram os 668,5 milhões de euros, o que traduz um crescimento de 5,7% face a 2016. O ano de 2017 foi, pela sexta vez consecutiva, “o melhor de sempre” em termos de exportação e produção (cujo valor total a Associação Nacional da Indústria de Moldes estima em cerca de 794 milhões de euros, valor que compara com os 736 milhões de 2016).

“Quando comparados com o início da década, mais concretamente o ano de 2010, os valores das exportações representam mais do dobro do verificado nessa altura”, aponta a associação. Para 2018 não há ainda dados disponíveis, “sendo no entanto crível que haja uma diminuição de valores face ao ano transacto”, admite Manuel Oliveira, secretário-geral da Cefamol.

“Este é o sentimento traduzido pelas empresas. Tal descida deve-se essencialmente ao 'congelamento' de alguns projectos na indústria automóvel, muitos deles em virtude das alterações que se prevêem nas motorizações, nomeadamente com a maior preponderância na introdução de veículos eléctricos”, explica.

Portugal tem demonstrado ao longo dos anos uma “elevada capacidade de adaptação às necessidades dos seus clientes e à evolução dos mercados e das tecnologias. “Devido ao seu carácter de inovação e de alta intensidade tecnológica”, é hoje um dos principais fabricantes mundiais de moldes para injecção de plásticos, ocupando o oitavo lugar no mundo e o terceiro na Europa.

A “forte vocação exportadora” - no ano passado vendeu para o exterior 80% da produção - tem-se acentuado desde 2007, resultado também do “crescimento assinalável” da indústria nacional, nomeadamente a de plásticos, “muitas vezes impulsionada pelo alargamento da cadeia de valor das empresas de moldes”.

Os dados mais recentes divulgados pela Cefamol revelam que em 2017 os principais mercados de moldes portugueses foram a Espanha (22%), a Alemanha (21%) e a França (11%), à semelhança do que acontecera em 2016. Seguem- se a República Checa e a Polónia, os Estados Unidos, o México e o Reino Unido. Para os responsáveis da associação representativa do sector, “tais resultados demonstram a eficácia da estratégia de promoção da indústria, coordenada pela Cefamol, e que tem incidido as suas actividades, para além dos mercados tradicionais e que ocupam as primeiras posições do pódio, nas regiões da Europa Central e de Leste, bem como na América do Norte”.

Mas estes não foram os únicos destinos dos moldes portugueses: as empresas venderam para um total de 93 mercados distintos, “o que demonstra a dimensão internacional e global desta indústria”.

Em termos de importância das regiões económicas, mantém-se a preponderância do mercado europeu, principalmente comunitário, representando nos dez últimos anos, em média, 80% do total de exportações.

Em 2017 esse valor foi de 82%. Ao contrário do que tinha acontecido em 2016, no ano passado registou-se um crescimento das exportações para o mercado norte-americano (as vendas para este destino representaram os 5% em 2017, contra os 3% do ano anterior). No entender da associação sediada na Marinha Grande, tal deve-se, por um lado, “ao aumento de confiança e investimento na indústria dos EUA e México e, por outro, à aposta da indústria na promoção junto aos clientes destes mercados”.

Os dados do INE comprovam-no: no ano passado as vendas para os EstadosUnidos superaram os 31 milhões de euros, valor que compara com os 17,2 milhões de 2016. De referir que do total das exportações para o mercado norte-americano, Leiria é responsável por 63% (uma descida de oito pontos percentuais face a 2016). Situação semelhante no caso do mercado alemão.

Para Portugal como um todo, a Alemanha é o segundo mercado mais importante, mas para o distrito de Leiria é o primeiro, tendo comprado em 2017 mais de 98 milhões de euros em moldes. Ora, este montante representa mais de 76% das exportações nacionais para este país.

A análise da evolução da balança comercial ao longo dos últimos anos “demonstra a forte vocação exportadora do sector”, frisa a Cefamol. “O saldo positivo da balança comercial registou uma tendência de crescimento nos últimos anos”, tendo passado de 248 milhões de euros em 2010, para 438 milhões de euros em 2017. No que diz respeito à tipologia de clientes, “a indústria automóvel tem vindo a consolidar o seu crescimento e importância no desenvolvimento do sector, assumindo uma representatividade de 82% em 2016”, aponta a Cefamol.

Em 1991, por exemplo, esta indústria absorvia apenas 14% das vendas de moldes. Nas posições seguintes, destaca- se a embalagem, que tem crescido de uma forma sustentada, representando, neste momento, 8% da produção nacional de moldes. Mas o sector dos moldes tem vindo a afirmar-se junto de muitas outras áreas e hoje está presente noutras indústrias “de grande importância para o desenvolvimento de novos produtos na economia mundial, assim como vem mantendo a procura por novas áreas e nichos, tais como a electrónica, a indústria aeronáutica ou os dispositivos médicos”, refere a associaç&

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