Economia

Falta de pessoal trava negócios dos sectores da hotelaria e restauração

28 set 2021 11:38

Já antes da pandemia era difícil, agora é ainda mais complicado arranjar trabalhadores para a hotelaria e restauração. Há negócios adiados e outros a trabalhar a meio gás

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Ricardo Graça/Arquivo
Raquel de Sousa Silva

Devia ter aberto ao público em Agosto, com serviço diário, mas ainda está fechada.

A Cervejaria Senhor João, em São Pedro de Moel, não consegue recrutar um cozinheiro nem pessoas para trabalhar na cozinha.

Como esta empresa, muitas outras da área da hotelaria e restauração sentem cada vez mais dificuldades em contratar pessoas.

“Os candidatos que nos mandam do Centro de Emprego não estão interessados. Iriam receber mais ou menos o mesmo, mas para virem trabalhar têm mais despesas”, aponta Rita Casimiro, sócia desta nova cervejaria.

Sem conseguir desenvolver a actividade como tinha previsto, tem apostado nos eventos, para os quais ainda vai conseguindo encontrar pessoas para trabalhar, por serem apenas algumas horas.

Rita Casimiro espera conseguir abrir a cervejaria ao público em breve, porque agora que terminou a época alta há pessoas que até aqui estavam ocupadas em espaços nas praias e em eventos que passam a estar disponíveis.

A responsável reconhece que este é um sector difícil. “O trabalho é mal pago e os horários são muito violentos. Isto tem de mudar, mas neste momento não há condições”. É que, frisa, “um funcionário custa à empresa o dobro do que leva para casa”.

O peso dos impostos é referido igualmente por Luís Vasco Pedroso, que defende que a descida do IVA na restauração ajudaria as empresas a recuperar e a pagar melhores salários.

“Tem de haver condições para isso, temos de poder aumentar os salários”. Sem isso, sem formação profissional e sem valorização destas profissões, o problema da falta de mão-de-obra irá agravar-se.

Para o Operário, na Marinha Grande, Luís Vasco Pedroso não conseguiu esta época encontrar pessoas suficientes para a cozinha, pelo que esta se manteve fechada. No espaço têm sido servidas apenas refeições ligeiras, como tostas ou torradas.

No Old Beach, em São Pedro, o cenário não foi muito diferente. Devido à falta de pessoal, a cozinha trabalhou apenas a um terço do que deveria e não foi possível ter o espaço aberto até às duas da manhã durante a semana, conta o empresário.

“É uma crise como não me lembro. Se o turismo tivesse recuperado, não teríamos condições de prestar um bom serviço”, diz Luís Vasco Pedroso, que constata que muitos trabalhadores deste sector foram para outros durante a pandemia. E muitos imigrantes, que eram boa parte da mão-de-obra, regressaram aos s

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