Famílias procuram serviços de take-away para ceia e dia de Natal

Surgiu durante a pandemia para permitir aos estabelecimentos de restauração contornar as dificuldades que o sector atravessava e, três anos depois, a moda permanece. No distrito de Leiria são muitos os estabelecimentos que disponibilizam menus especiais de Natal para take-away, e que apesar da actual crise financeira, continuam a registar procura por parte das famílias.

Nos Marrazes, Leiria, o restaurante O Pipo Velho disponibiliza cinco packs, a vários preços, que incluem entradas, pratos principais e sobremesas. “Começámos a criar estes packs na pandemia e tem corrido muito bem. Apesar de estarmos ainda a receber encomendas, temos registado muita procura, semelhante aos últimos anos”, refere a proprietária Lara Clemente, que uma semana antes do término do período de reservas tinha já cerca de 50 encomendas.

Para a responsável, “as pessoas querem as coisas cada vez mais práticas e com menos trabalho”. “Além disso, há pessoas que já não passam o Natal com a família toda, e passam apenas com os elementos do agregado familiar, sendo esta uma forma de terem uma refeição diferente.”

Os packs são ainda procurados por famílias numerosas, para quem “acaba por compensar recorrer ao take-away”. “No ano passado tivemos uma família a encomendar três packs. Compensa mais do que estar a comprar tudo, sobretudo ao preço que os produtos estão, e a confeccionar”, considera Lara Clemente.

Os packs do restaurante O Pipo Velho incluem desde bacalhau com broa e migas, bacalhau com natas, cabrito assado no forno, lombo de porco, perna de peru, entre outros. “Cada pack tem vários pratos e as famílias podem escolher os que querem. Se alguém quiser apenas um prato principal ou uma sobremesa, também fazemos.”

Na hora de escolherem a ementa da ceia e dia de Natal, são muitas as famílias que procuram também a Casa Fernandes, em Monte Real. Com menus diários para take-away, o estabelecimento tem igualmente criado, nos últimos anos, menus característicos da época natalícia.

Os pratos mais procurados são o bacalhau, polvo e arroz de pato, registando-se este ano uma procura acima do expectável. “Todos os anos trabalhamos muito neste período. Este ano, face à crise, pensei que não seria tão forte. Mas a verdade é que estamos a registar muitas encomendas”, refere Márcia Fernandes, adiantando que em média são encomendadas entre 200 a 300 refeições. “As pessoas gostam de comer bem e primam pela qualidade das refeições. Sobretudo nesta altura do ano, acabam por não olhar tanto aos preços.”

A proprietária adianta ainda que as sobremesas são as que registam menos procura, “uma vez que muitas famílias optam por confeccionar em casa ou encomendam a pastelarias”, ao passo que as entradas registam “muita adesão”.

“O ano passado fizemos umas tábuas com enchidos, que este ano transformámos em caixas, para ser mais fácil transportar. Todas as encomendas até agora é com entradas incluídas”, refere.

Os menus que também vão estar à mesa de muitas famílias são os do espaço Panela Velha, situado em Pero Neto, Marinha Grande. “Temos clientes fiéis no dia-a-dia que nesta época também escolhem os nossos pratos, sendo o bacalhau o mais procurado”, revela Estela Rocha, adiantando que “a procura está a ser semelhante aos anos anteriores”.

Para a proprietária do Panela Velha, a procura pelo take-away deve-se, em primeiro lugar, à “necessidade de as pessoas terem algum descanso”, e em segundo lugar “à qualidade das refeições”.

“Estacionamento gratuito facilitaria comerciantes do centro histórico”

No centro histórico de Leiria encontramos o café Entre Ruas, com ementas preparadas para as famílias que querem refeições mais descansadas. A maioria dos clientes é repetente, ainda que este ano o número de encomendas esteja abaixo de 2022.

“Mantivemos os preços para procurarmos deixar os menus mais acessíveis aos clientes, mas ainda assim as pessoas estão a tentar procurar pratos mais baratos, o que por vezes não é possível”, refere Marisa Vieira.

A comerciante lamenta ainda que “a zona histórica de Leiria esteja vazia”, muito por força da falta de estacionamentos gratuitos. “Quem nos fizer encomendas, para as levantar, tem de pagar estacionamento. Para não pagar, tem de deixar o carro muito longe, o que é um obstáculo na hora de transportar caixas ou tabuleiros de comida”, afirma Marisa Vieira, defendendo que “durante este mês devia ser aplicada a gratuitidade do estacionamento, para beneficiar os comerciantes”.

Para contornar esta dificuldade, a proprietária do Entre Ruas conta que tem procurado ir ao encontro dos clientes. “O bacalhau confitado é o mais procurado, e temos também muitas encomendas de bolo rei salgado. Já ao nível de sobremesas, a procura é menor”, revela.