Sociedade

Figueira-da-Índia, uma fileira que a nossa região já descobriu

16 mai 2016 00:00

Sumos, compotas, cervejas, pão e até mobiliário são algumas das mais variadas utilizações do figo e da respectiva palma

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Daniela Franco Sousa

Depois de se ter aposentado do emprego no escritório, e enquanto aguardava que o marido deixasse também o activo, Teresa Gameiro, residente no Cacém, procurou uma actividade que a mantivesse ocupada, e que também lhe desse algum rendimento, recuperando a propriedade na sua terra natal, em Pombal.

Depois de pesquisar sobre diversos tipos de cultivo, e quando já tinha visto alguma informação sobre a figueira-da-Índia (Opuntia ficusindica), constatou através de um workshop as múltiplas potencialidades deste cacto. Com as recomendações de Mário Gonçalves, presidente da Associação de Profissionais de Figo-da-Índia Portugueses (Aprofip), Teresa Gameiro criou o seu primeiro pomar de figueiras-da-Índia há três anos.

Trata-se de uma pequena aérea, de 800 metros quadrados, cujos figos maiores, com mais de 90 gramas, já estão a ser exportados para a Alemanha, através de um intermediário do Alentejo. Entretanto, já começou a formar outro pomar, de dois mil metros quadrados, mas está algo parado.

Primeiro, explica Teresa Gameiro, há que perceber de que modo podem ser vendidos os figos mais pequenos, até porque os portugueses não estão muito familiarizados com este fruto, pelo que o caminho deverá ser a exportação. Mas é um produto que poderá vir a ser muito rentável, atendendo ao facto de as palmas a plantar não serem caras e os custos de manutenção serem quase inexistentes, nota Teresa Gameiro.

Para Gabriel Costa, que começou com o projecto das figueiras-da-Índia “quase por brincadeira com amigos”, este pode ser “um part-time interessante”, já que cada palma plantada lhe custou apenas um euro, não há gastos com a manutenção do pomar e os frutos podem ser vendidos a cerca 1,20 euros o quilograma (nas grandes superfícies custam 10 euros o quilo).

A produção destes três amigos tem um hectare e começou há três anos em Á-do-Barbas. Só este ano começará a dar alguns frutos. Gabriel Costa já tem perspectivas de negócio: espera vender alguns no Alentejo e outros na região de Leiria.

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