Sociedade
Fogo de Ourém: "claramente terrorismo"
Comandante dos Bombeiros de Ourém recorda que foi prometida pelo Governo uma gestão diferente, depois de 2017, que não aconteceu
O fogo no concelho de Ourém continua arder e é um dos cinco que preocupam hoje as autoridades. O abaixamento da temperatura durante a noite não foi suficiente para conter as chamas.
"Desde o incêndio na Freixianda, que foi o primeiro grande fogo que deflagrou no nosso concelho até este, é, claramente, terrorismo. É por isso que peço que reforcem os meios de controlo das nossas florestas, porque, se isso não acontecer, (...) pode haver uma tragédia muito maior do que aquilo que tem acontecido", disse a noite passada, o presidente da Câmara de Ourém, Luís Miguel Albuquerque.
Já o comandante dos Bombeiros de Ourém, reforçou que "todos sabiam que isto podia acontecer" e que já tinham alertado para o facto de não terem "condições de sustentação de operações". "Cá estamos mais uma vez a fazer o possível pelas populações", afirmou Guilherme Isidro, adiantando que é preciso ajuda rápida.
"Temos de pensar muito bem o que fazer na gestão dos incêndios rurais. Tinham-nos prometido uma gestão muito diferente desde 2017 para cá e não está a acontecer", resumiu.
Entretanto a Linha do Norte já foi reaberta, após a circulação ter sido encerrada por volta das 18 horas de ontem. Entre as estações de Caxarias e Pombal, estiveram paradas quatro composições, cujos passageiros foram retirados com o auxílio de autocarros.
Os comboios voltaram a circular à 1 hora da manhã.
No teatro de operações de Ourém, combatem o fogo em zona de povoamento misto de eucalipto e pinhal, 690 operacionais, apoiados por 213 viaturas e quatro meios aéreos.
O Governo declarou o estado de alerta para todo o território continental, a partir de amanhã e terça-feira, devido à previsão de temperaturas elevadas e vento forte, entre 40 e 60 km/h, aliados à seca extrema que reduziu a humidade no ar a zero.