Sociedade

Fogo posto provoca horas de terror no norte do distrito

11 ago 2016 00:00

O incêndio que deflagrou em Castanheira de Pera perto da meia-noite de terça-feira causou momentos de aflição e angústia a muitos moradores

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“Foi o pandemónio. Vivemos momentos de muita aflição. Houve situações muito dramáticas.” As palavras são do presidente da Câmara de Castanheira de Pera, Fernando Lopes, que viu, inclusive, a sua habitação em risco de ser consumida pelas chamas.

O relógio quase assinalava as doze badaladas de terça-feira, quando o alerta chegou aos bombeiros: um incêndio em povoamento florestal no Ameal, no território da União das Freguesias de Castanheira de Pera e Coentral, em Castanheira de Pera, tinha deflagrado. O calor e o vento foram inimigos e as chamas tornaram-se difíceis de controlar. A madrugada foi difícil para muitos moradores, que temeram o pior.

Ao início da tarde terça-feira, o incêndio chegou a estar como dominado, mas as condições atmosféricas desfavoráveis provocaram novos reacendimentos e, uma vez mais, bens e pessoas voltaram a ficar em perigo, apesar do esforço de centenas de bombeiros e vários meios aéreos.

O incêndio terá sido provocado por um homem de 67 anos de idade, casado e reformado, que foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) horas depois do crime.

Em comunicado, a PJ informou que, através da Directoria do Centro, em colaboração com a GNR de Castanheira de Pera, “procedeu à detenção de um homem pela presumível prática de um crime de incêndio florestal”.

O suspeito terá lançado o fogo, “com recurso a chama directa, pelas 23:55 de segunda- feira, 8 de Agosto” e à hora do fecho do Jornal de Leiria ainda não havia informação sobre as medidas de coacção aplicadas pelas autoridades judiciárias.

Fernando Lopes confessa ter ficado “surpreendido” com a identificação da pessoa suspeita. “Parece que não andaria muito bem e bebia. Mas não há qualquer justificação para provocar um incêndio.” O detido era conhecido dos habitantes do concelho. Filipe Lopo também refere ter ficado “abismado”, pois é uma “pessoa relativamente calma”.

Este morador acrescenta que o homem poderá ter feito a ignição “por vingança pessoal e desavenças de bens”. “É o ser humano no seu pior. Ele não ganhou nada com isto. O filho e toda a família estão destroçados.

Fotografias: Jorge Nunes

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