Viver

“Gostava de não ser insaciável na busca da novidade”

1 mai 2016 00:00

Rita Gaspar Vieira,artista plástica

(Fotografia: DR)
Dogville (Fotografia: DR)
Dogville (Fotografia: DR)
Dogville (Fotografia: DR)
Quentin Tarantino (Fotografia: DR)
Quentin Tarantino (Fotografia: DR)
Quentin Tarantino (Fotografia: DR)

Se não estivesse ligada ao mundo da arte, o que seria?
Estaria, com gosto, ligada a um projecto de jardinagem, de agricultura sustentável e de criação de animais. Estas são outras das minhas paixões que, em casa, à escala das minhas possibilidades, desenvolvo diariamente.
O projecto que mais gozo lhe deu fazer
O projecto de investigação artística, que teve início em 2010, como parte integrante do meu doutoramento em Desenho e que tenho vindo a desenvolver integrando a produção de papel manufacturado de algodão no meu trabalho. Foi em Leiria, no Museu do Moinho do Papel que encontrei o apoio, a simpatia e a disponibilidade necessárias, para poder explorar e integrar novas possibilidades na minha produção artística.
O espectáculo, concerto ou exposição que mais lhe ficou na memória
Vou destacar dois acontecimentos recentes que me marcaram muito, um concerto e uma exposição que, de um modo pouco óbvio, se podem interligar pela força e densidade que ambos propuseram ao público. O concerto foi o dos Mão Morta - Remix Ensemble, no convento de São Francisco, em Coimbra e a exposição intitulou-se From Darkness to Light, do artista plástico Nuno Sousa Vieira, que decorreu no início deste ano (2016), na galeria Graça Brandão, em Lisboa.
O livro da sua vida
É complicado citar apenas um, mas destaco no meu universo pessoal e criativo: o Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa; A Vida Modo de Usar, de Georges Perec, e a Viagem à Volta do Meu Quarto, de Xavier de Maistre.
Um filme inesquecível
Dogville, filme dirigido por Lars von Trier.
Se tivesse de escolher uma banda sonora para si, qual seria?
Gosto de música mas, para pensar, ler e trabalhar preciso ‘silêncio’. O ‘silêncio’ proposto ao público por obras como 4’33, de Jonh Cage, seria a minha banda sonora porque, é nesse contexto que me consigo ouvir a mim própria e desse silêncio participam todos os sons ambiente que, no meu caso particular, vão do ressonar da minha cadela ao burburinho das pessoas e carros que circundam a minha casa e o meu atelier.
Um artista que gostava de ter visto no Teatro José Lúcio da Silva
O Cícero ou a Adriana Calcanhoto, músicos brasileiros que muito admiro.
Uma viagem inevitável
A Nova Iorque, cidade que associa um bocadinho de cada parte do mundo propondo a experiência da diversidade aliada a uma grande oferta cultural.
Um vício que não gostava de ter
Por vezes, acho que gostava de não ser insaciável na busca da novidade.
Um luxo
É ter um grupo de pessoas à minha volta que, diariamente, me mimam com atenções, cuidado e amizade sincera.
Uma personalidade que admira
A dos imprescindíveis Médicos sem Fronteiras, que arriscam as suas próprias vidas para contribuir para o bem-estar dos outros.
Um actor que gostava de levar a jantar
Tenho muitas dificuldades, porque na realidade só conheço imagens e sem ter como lhes associar outros conteúdos para produzir a minha leitura elas ficam todas semelhantes. Mas, sem dúvida que o Quentin Tarantino me suscita curiosidade.
Um restaurante da região
Posso pensar em vários restaurantes como a Casa da Nora, o Casarão, etc, mas, com eles, concorrem os pratos cozinhados em casa com carinho pelo meu marido e pela mãe Maria Augusta.
Um prato de eleição
Não posso falar de um prato, mas sim de mariscos em geral. São, para mim, uma perdição.
Um refúgio (na região)
São Pedro de Moel ou as serras de Aire e Candeeiros, onde aconselho a ficar nas antigas e bonitas casas dos guardas florestais.
Um sonho para Leiria
O desenvolvimento de um programa cultural sério e continuado, capaz de responder, não só às necessidades da comunidade em geral, mas também às dos artistas contemporâneos das diversas áreas. Considero desejável tornar Leiria um lugar apetecível para estes agentes actuarem.

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