Saúde

Grupo de Trabalho Multidisciplinar de Doenças Neuromusculares vai discutir problemáticas clínicas, psicológicas e familiares

30 mai 2024 11:30

Criado na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria

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Um Grupo de Trabalho Multidisciplinar de Doenças Neuromusculares foi criado na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, com o objectivo de discutir de forma multidisciplinar as problemáticas clínicas, psicológicas e familiares dos doentes neuromusculares, "aliando conhecimentos, em prol da melhoria global do doente, com particularidades próprias da sua patologia".

Segundo uma nota de imprensa, este trabalho de análise contribui para encurtar tempos de espera para determinadas consultas ou apoios necessários, essenciais em determinadas patologias rapidamente progressivas.

"Para ir ao encontro das necessidades destes doentes, o Serviço de Pneumologia iniciou no final de 2021 a Consulta de Pneumologia de Doenças Neuromusculares, mas quisemos fazer mais por estes doentes, com a vontade e o esforço dos profissionais envolvidos nesta consulta. Assim nasceu o Grupo, com a criação de uma reunião multidisciplinar para o debate de casos clínicos complexos, a definição de estratégias de apoio atempado aos doentes, em todas as vertentes, e onde são agilizadas essas mesmas medidas e colaborações", explica Cláudia Santos, médica pneumologista, coordenadora do Grupo de Trabalho, citada no comunicado.

A equipa conta com profissionais das áreas de Pneumologia, Cardiopneumologia, Cuidados Paliativos, Fisiatria, Psiquiatria, Nutrição e Terapia da Fala.

As doenças neuromusculares englobam diferentes patologias, como as doenças dos músculos (miopatias), as doenças dos nervos (neuropatias), as doenças dos cornos anteriores da medula (atrofias espinais) e as perturbações da junção neuromuscular (miastenias), entre outras.

De acordo com a ULSRL são "doenças crónicas, graves, genéticas, hereditárias e progressivas, tendo todas em comum a diminuição da força muscular, pelo que os doentes necessitam de apoios e/ou ajudas técnicas".

"A fraqueza muscular atinge também os músculos da coluna vertebral, dando origem a inevitáveis escolioses que vão agravar ainda mais as dificuldades respiratórias, e ao nível das extremidades, surgem deformações e retracções tendinosas que aumentam as dificuldades nos movimentos. Estes doentes são também afetados na mastigação e deglutição, e as perturbações mentais existem em alguns destes doentes, especialmente agora em que vivem mais tempo, e os sintomas psiquiátricos podem ser graves", esclarece a ULSRL.

Estima-se que, em Portugal, e de acordo com dados estatísticos internacionais, existam mais de cinco mil doentes afectados, encontrando-se distribuídos por diferentes patologias.