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Há uma nova artista do distrito de Leiria na Colecção de Arte do Estado

27 set 2022 10:59

Obra de Rita Ferreira adquirida por 9.900 euros

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A artista natural de Óbidos é finalista do Prémio Novos Artistas Fundação EDP
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O díptico Parasita, de 2019, óleo sobre papel e barra de ferro, da autoria da artista Rita Ferreira, consta na lista de aquisições a integrar este ano na Colecção de Arte Contemporânea do Estado.

Rita Ferreira, natural de Óbidos, onde nasceu em 1991, é a única artista do distrito de Leiria com obra proposta para aquisição em 2022 pela Comissão para Aquisição de Arte Contemporânea, no relatório disponibilizado publicamente no final da semana passada.

Na Colecção de Arte Contemporânea do Estado, incorporados em anos anteriores, encontram-se trabalhos de vários artistas de Leiria, como é o caso de João Gabriel, Maria João Franco, Nuno Sousa Vieira e Tiago Baptista. Também estão representados, de Caldas da Rainha, Adriana Proganó, Cecília Costa, João Paulo Feliciano e o escultor António Duarte, que faleceu em 1998. Ainda da região, surgem Jaime Azinheira (Peniche, faleceu em 2016), José Aurélio (Alcobaça), Mário de Oliveira (Alcobaça, faleceu em 2013) e Mário Botas (Nazaré, faleceu em 1983).

As obras de Cecília Costa (Ouroboros, ampulhetas sobre MDF pintado a acrílico), João Gabriel (seis pinturas sem título, acrílico sobre papel), Nuno Sousa Vieira (a escultura Portas Mortas, madeira de mogno e ferragens) e Tiago Baptista (pintura sem título, óleo sobre tela), todas adquiridas em 2020, e também as obras de Adriana Proganó (mocking stairs, instalação de silicone e pigmento, e ice skating winners steal juri’s plates, pintura a óleo sobre tela), em 2021, são já incorporações ao abrigo do Programa Anual de Aquisição de Arte Contemporânea, a funcionar desde 2019.

Em 2022, segundo divulgou o Ministério da Cultura na última quinta-feira, 22 de Setembro, a Colecção de Arte Contemporânea do Estado integra 73 novas obras, de 64 artistas, num investimento de 800 mil euros.

Rita Ferreira vive e trabalha em Lisboa. Licenciou-se em Pintura na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa e venceu, em 2016, a Bolsa Jovens Criadores do Centro Nacional da Cultura. Juntamente com Adriana Proganó, Andreia Santana, Bruno Zhu, Maria Trabulo e René Tavares, é finalista, em 2022, da 14ª edição do Prémio Novos Artistas Fundação EDP.

A aquisição de Parasita (340 x 260 cm) tem o valor de 9.900 euros.

Na fundamentação apresentada no relatório, a Comissão para Aquisição de Arte Contemporânea salienta que “com uma carreira ainda recente, Rita Ferreira tem vindo a desenvolver o seu trabalho em torno das questões da pintura e da expressividade pictórica, num interessante contraste entre escalas infinitamente pequenas e controladas e a grande escala passível de estabelecer uma directa relação com o espaço e com o corpo do espectador”.

Parasita (2019), de Rita Ferreira

“Numa lógica de produção cumulativa, que parte do suporte papel e da relação deste com os meios riscadores (trazendo para a sua pintura uma inevitável relação de primordialidade com o desenho), a artista tem vindo a apresentar obras (ou, muitas vezes, conjuntos de obras) onde o gesto gráfico rápido e expressivo e a paleta sintética desafiam e interrogam o olhar. Várias páginas de média dimensão são coladas por forma a perfazer um novo suporte de grande dimensão sobre o qual a artista actua, muitas vezes construindo dípticos onde propõe uma dissolução ou anulação da condição de frente e verso. As temáticas são diversas mas parece sobressair um interesse particular pela representação de plantas, sementes ou outros organismos provenientes do meio natural, fazendo contrastar mais uma vez a questão da escala que transporta necessariamente estas representações do seu campo de referência para o domínio estrito da pintura", refere a Comissão para Aquisição de Arte Contemporânea, coordenada, em 2021/2022, por Sandra Vieira Jürgens.

Segundo aComissão, "as decisões de instalação e as condições de apresentação destas obras determinam também em muito a sua leitura: suspensas a partir do tecto, fixadas sobre um grande suporte metálico que lhes confere um corpo e as afasta da parede ou, às vezes, fragmentadas em suportes portáteis como que sublinhando a sua condição de ensaio, de pesquisa e simultaneamente de documento do seu fazer".

"A obra agora seleccionada (Parasita) é exemplar da sua metodologia e prática, do ponto de vista da abordagem formal, expressiva e técnica, e foi apresentada numa exposição ocorrida na Travessa da Ermida, em Lisboa, estabelecendo uma relação particularmente feliz com o espaço em questão", acrescenta.