Sociedade

Jorge Abreu: “Herdei não só a maior dívida como enfrentei a maior catástrofe”

15 jun 2018 00:00

Jorge Abreu decidiu candidatar-se apenas a seis meses das eleições

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Leia aqui a primeira parte da entrevista

No primeiro mandato encontrou uma dívida de 7,5 milhões de euros para saldar. Que entraves provocou ao desenvolvimento do concelho?
Entrei nesta câmara sem me ter perfilado previamente para a candidatura. Apareci seis meses antes das eleições porque parecia mal o PS não apresentar um candidato. Herdei não só a maior dívida como enfrentei a maior catástrofe. Estávamos a braços com um saneamento financeiro tipo plano troika. Num orçamento de nove milhões de euros, um milhão de euros era para pagar à banca e 63% para pessoal e encargos. Veja-se o que sobra para tudo o resto, incluindo investimento. Era imperioso que se conseguisse debelar a dívida. Comecei por negociar juros e só aqui ganhámos 300 mil euros. Sabendo que o quadro comunitário estava na fase inicial, queria arrumar a casa para ter capacidade para investir, até porque não posso ir à banca. Decidimos aproveitar todas as candidaturas para não perder a oportunidade, mesmo que depois tenhamos que deixar cair algumas. Estamos a dois anos do saneamento. Faltam liquidar cerca de 3 milhões de euros de dívida. Ou seja, passo a ter mais um milhão de euros por ano para investir no concelho. Gradualmente, quisemos também dar algumas condições às pessoas. Dentro de três anos ficamos com o IMI no mínimo. Os incêndios também empolaram isto e passámos de orçamentos de quase nove milhões para 17 milhões euros. Estamos a falar de candidaturas, fora de incêndios, à volta dos 4 ou 5 milhões de euros. É significativo o que fica aqui na região.

O PSD chumbou o orçamento porque "não cria emprego, não protege suficientemente as famílias" e "representa isso sim uma oportunidade perdida para as pessoas, principalmente os mais carenciados, desempregados e os que mais precisam de ajuda".
Compreendo o PSD. Seria irrealista se pensasse que o PSD vinha valorizar o que estou a fazer. Quando cheguei à câmara deparei-me com um parque industrial parado há dois anos na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] sem financiamento e o quadro comunitário ia encerrar. Assim que entrei procurei desbloquear a situação, conseguimos em tempo recorde fazer um projecto de ampliação e até ao final do ano conseguimos desbloquear a situação. Num ano acabámos a obra, ou seja, criámos condições para as empresas se implementarem. Quando cheguei, se me pedissem uma área para uma empresa se fixar, não tinha. O PSD esquece-se de como deixou isto.

E por que não aceitou a proposta do PSD para baixar o IRS e o IMI?
O meu antecessor já não mexia no IMI há sete anos e estava praticamente no máximo. No segundo

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