Sociedade

Histórias da cadeia contadas à flor da pele

20 ago 2020 14:40

Pagas em onças de tabaco, feitas a troco de droga ou de um qualquer gel de banho, há gente que tatua o corpo dentro da prisão. Cada desenho tem uma história e Carlo Melo tem agora um livro que dá a conhecer

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Assistente social lançou livro sobre as tatuagens realizadas em contexto prisional
DR
Daniela Franco Sousa

Ao longo de quase duas décadas a trabalhar como assistente social junto de reclusos em vários estabelecimentos prisionais da região, Carlo Melo coleccionou um conjunto de histórias partilhadas por quem se tatuou dentro da prisão. O ritual é doloroso, perigoso, mas pleno de simbologia.
O resultado dessas conversas informais, sobre dor, isolamento, família, religião e crime, está agora disponível ao público, através de uma edição de autor, que o vicepresidente da Associação Novo Olhar II, da Marinha Grande, viu sair à rua em Maio deste ano. Com a ajuda de Carlo Melo, também nós folheamos aqui o livro Tatuagens em contexto prisional português – 7 histórias.

Para cada desenho um símbolo diferente
O assistente social começa por salientar que desde sempre foi um apaixonado por tatuagens, da arte que se cria através da tatuagem. “Hoje banalizou-se um pouco e por vezes nem tem grande significado para quem a faz. Mas estas tatuagens de que falo estão cheias de significado. Há um código naquela micro sociedade que é paralela à nossa”, compara Carlo Melo. “Existe um código subentendido em cada tatuagem e assumir fazê-la é assumir que esse desenho pode ter consequências”, realça o técnico.

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