Saúde

Hospital de Dia de Cardiologia abre em Leiria

17 jun 2022 13:02

Unidade de ambulatório para tratamento de doentes com patologia cardíaca

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Um espaço dedicado a receber e tratar doentes para procedimentos em ambulatório nas áreas de hemodinâmica, pacing cardíaco, insuficiência cardíaca e para outras técnicas da especialidade já está disponível no Hospital de Santo André, em Leiria.

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) abriu o Hospital de Dia de Cardiologia, que representou um investimento de cerca de 200 mil euros. Esta estrutura tem monitores e computadores instalados, e os profissionais dispõem de novos dispositivos de diagnóstico, como holters, ecocardiógrafo e eletrocardiógrafo, equipamentos recentemente adquiridos no Serviço de Cardiologia, que aumentam a capacidade e a qualidade de resposta em várias áreas desta especialidade, refere uma nota de imprensa.

“Os doentes com insuficiência cardíaca são aqueles que necessitam de visualizações rápidas em ecografia, pelo que ter um posto de eco no nosso Serviço permite-nos acabar com o ‘sobe e desce’ dos doentes dentro do hospital para fazer exames, poupando tempo e aumentando o conforto dos doentes. Esta unidade de ecografia deixa-nos fazer tudo, e se necessário, a ecografia transofágica, explica João Morais, director do Serviço de Cardiologia do CHL, citado na nota de imprensa.

Segundo o especialista, ao nível dos holters, o hospital passa a “ficar com capacidade para registar dez doentes, o que representa duplicar a capacidade em holter, e consequentemente reduzir a lista de espera”.

“Os novos aparelhos têm maior facilidade de leitura e reduzem a margem de erro. Além da utilização no hospital de dia e no Serviço de Cardiologia, os dez novos e modernos eletrocardiógrafos portáteis possibilitam apetrechar algumas das nossas Urgências, inclusive a Urgência Pediátrica”, acrescenta João Morais.

A nova unidade ocupa uma sala ampla, integrada no Serviço de Cardiologia, localizado no 5.º piso da torre nascente do Hospital de Santo André, com capacidade para ter seis doentes em simultâneo, que conta com um profissional de enfermagem e um assistente operacional permanentes, com o devido apoio médico.

Estima-se que anualmente o novo Hospital de Dia de Cardiologia trate perto de mil doentes.

“A abertura deste espaço dá muita confiança e traz conforto aos doentes que nos procuram e permite trabalhar de uma forma organizada, facilitando processos e procedimentos, num ambiente agradável e com muita luz natural”, refere João Morais.

João Morais afirma que o “conceito de Hospital de Dia para o doente com insuficiência cardíaca é um grande avanço do ponto de vista da situação clínica, ao sermos uma retaguarda importante”.

“Permite que os doentes que identificamos por estarem em fase de descompensação por insuficiência cardíaca possam ser sujeitos a procedimentos simples, o que dá uma grande agilidade ao médico que trata estes doentes, e a possibilidade de os acompanhar mais de perto, o que nos deixa salvar mais vidas, e também reduzir os internamentos, que no caso destes doentes interferem com a sua esperança de vida”, salienta.

O director do Serviço de Cardiologia refere ainda que, “do ponto de vista tecnológico, é um espaço simples, muito pouco exigente, mas onde o doente tem uma vigilância muito apertada, seja porque realizou um procedimento com alguma complexidade, seja porque tem uma situação clínica com alguma instabilidade e que estamos a tentar evitar que ela se complique. Basicamente, o que nós precisamos é de um monitor e olhos humanos”.

“Os médicos responsáveis por estes doentes são os alocados à Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular, bem como ao sector de pacing cardíaco, dado que já acompanham estes doentes, e os doentes com insuficiência cardíaca vão ter alguns recursos próprios, num futuro que se espera próximo, como enfermagem dedicada e alguns médicos dedicados. São doentes com protocolos próprios, tratados maioritariamente com a mesma equipa”, salienta João Morais.

Licínio de Carvalho, presidente do Conselho de Administração do CHL, afirma que “este é mais um avanço na nossa estratégia de ambulatorização de cuidados, em que privilegiamos o tratamento em ambiente hospitalar num regime de hospital de dia, em detrimento do internamento clássico, que condiciona mais o doente e tem um maior peso financeiro para a instituição”.