Abertura
“Houve alturas em que a aldeia tinha os homens quase todos presos”
Durante a ditadura militar e o Estado Novo mais de 30 mil pessoas passaram pelas cadeias portuguesas por razões políticas. Entre esses presos, estiveram Leonor Baridó, Hermínia Santos e Joaquim Vieira que recordam ao JORNAL DE LEIRIA os dias de cárcere
Já passaram mais de 50 anos, mas Leonor Baridó recorda com precisão o que se passou na tarde de 28 de Outubro de 1973, dia de eleições legislativas - “ou uma espécie de eleições” -, quando, com 19 anos, foi presa pela PIDE em frente à Câmara da Marinha Grande.
A residir em Leiria, tinha ido à sua terra natal almoçar com o casal que a criou. Seguia num Fiat 126, sentada ao lado do condutor, quando, numa rua paralela à câmara - “chamávamos-lhe a ‘rua das retretes’” -, apareceu um conhecido, “o Fernandes do MDP/CDE”, a gritar: ‘Isto deu merda. O Quim Carreira [militante do PCP] foi preso”. Uns metros mais à frente, a viatura foi cercada por “três ou quatro polícias”, que a obrigaram a sair.
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