Desporto

Hugo Gaspar, da Vieira de Leiria, suspende reforma e volta à selecção "para ajudar" e pelos filhos

5 mai 2021 16:21

"Gostava que os meus filhos tivessem uma imagem do pai ainda a competir nos palcos internacionais e esta era uma oportunidade para o fazer"

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Hugo Gaspar, 38 anos, da Vieira de Leiria
DR
Redacção/Agência Lusa

Campeões pelo Benfica, o oposto Hugo Gaspar e o zona 4 André Lopes, ambos de 38 anos e há vários anos afastados da selecção de voleibol congelaram a reforma para “dar uma mãozinha” no apuramento para o Europeu.

Além disso, os atletas querem dar a possibilidade aos filhos de guardar memórias suas em competição com as cores nacionais.

O desafio foi lançado pelo seleccionador Hugo Silva, para que ambos regressassem para dar uma mão na qualificação rumo ao Europeu.

Hugo Gaspar, médico de medicina geral e familiar, com 20 anos de carreira na selecção, regressou à formação após três anos de ausência. Explica que também o motivou a possibilidade de os filhos, de oito e quatro anos, “terem uma imagem do pai a competir pela selecção nacional nos palcos internacionais”.

“É um pouco por eles que estou aqui. Gostava que os meus filhos tivessem uma imagem do pai ainda a competir nos palcos internacionais e esta era uma oportunidade para o fazer”, explicou à Agência Lusa.

Como esta época acabou mais cedo, em Abril, e a preparação para a qualificação para o Europeu, que decorrerá em dois fins-de-semana consecutivos, foi reduzida, foi possível agilizar a presença tanto de Hugo Gaspar como de André Lopes.

“É importante o voleibol ganhar outra vez alguma notoriedade e para isso temos que ir a um Campeonato da Europa e estar presente nas grandes competições. Quero ajudar a selecção a atingir esse objectivo e voltar a estar mais uma vez num Europeu, que talvez seja o meu último, veremos”, disse Hugo Gaspar.

Único sobrevivente entre os eleitos da selecção que terminou em oitavo o Mundial de 2002, na Argentina, a melhor classificação de sempre, Gaspar refere que o que o motiva para continuar, com os sacrifícios profissionais e familiares inerentes, “é competir ao mais alto nível internacional”.

Em 2004/05 representou o Sisley Treviso, de Itália, e conta no currículo com sete campeonatos nacionais, oito Taças de Portugal e 11 Supertaças, tendo representado, além do Benfica, do Castelo da Maia, do Vitória de Guimarães e do Esmoriz.

André Lopes “já tinha saudades” da selecção, “após quatro ou cinco anos de ausência”, e além de um “enorme prazer” sente ainda um “bocadinho de ansiedade” no regresso, mas com “muita vontade de ajudar na segunda qualificação consecutiva para o Europeu”.

A ausência da selecção, tal como com Hugo Gaspar, foi ditada por questões profissionais e familiares, mas, desta vez, como a preparação é curta, foram os próprios filhos, de 12, 10 e cinco anos, que o incentivaram a aceitar o desafio.

Lopes, que esteve ‘emigrado’ durante seis épocas, de 2008 a 2014, soma cinco campeonatos nacionais, sete Taças de Portugal, seis Supertaças e uma liga belga. Representou, além do Benfica, a Académica, o Noliko Maaseik (Bélgica), o Poitiers, o Chaumont e o Canes (França).

Na última fase de apuramento para o Europeu, a selecção nacional defronta, em dois torneios no grupo G, as congéneres da Noruega, Bielorrússia e Hungria. Portugal acolhe o torneio 2, de 14 a 16 de Maio, em Matosinhos, enquanto a Hungria recebe o 1, de sexta-feira a domingo.