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Identidade | Casa da Cultura da Maceira aposta no desenvolvimento pela arte
Um lugar para preparar o futuro
"A velocidade do acontecimento é o carrasco do tempo." A partir de uma frase de Jorge Francisco, coordenador do projecto do Centro de Artes e Cultura (CAC) de Maceira, abarca-se a extensão dos objectivos a que se propõe a recém- criada Casa da Cultura de Maceira – Associação Cultural.
A nova associação teve como embrião o CAC, que é agora uma das suas valências, e foi constituída formalmente na quarta-feira, dia 6 de Dezembro, no Cartório Notarial da Marinha Grande.
O objectivo da Casa da Cultura passa por desenvolver uma série de vertentes artísticas, da Escultura à Pintura, passando pela Arquitectura, Fotografia, Música, Teatro ou Bailado, entre outras.
As suas portas estão abertas aos artistas da região e haverá uma “Comissão de Estética”, composta por elementos da autarquia, arquitectos, pintores, escultores, homens da história e outras disciplinas do conhecimento, como forma de alerta para os cuidados a ter com o património da região.
"O património material é o elemento condutor para o imaterial, que, na maior parte dos casos, encontra-se ao abandono sem o devido cuidado", refere Jorge Francisco, arquitecto de formação, adiantando que esta “não é só uma associação para ser mais uma”.
“Decorre a sua importância da ligação às várias formas de expressão artística e destas, entre si e o tecido empresarial”.
“É através das artes que as tendências do Mundo se definem. As grandes mudanças da História decorreram por influência de correntes artísticas”, diz Francisco, sublinhando, ainda, a importância do papel da Junta de Freguesia, dos artistas, das empresas, dos gestores e de todos os que contribuíram para que o projecto se tornasse uma realidade.
O arquitecto tem defendido, para a "sua" freguesia, o sentido de pertença, “ o sentido de lugar”, o espírito do lugar. E, agora, acredita ter nas mãos uma ferramenta, baseada na arte e na cultura, que permitirá fomentar esse sentimento na comunidade.
"A cidade acontece quando existe memória colectiva nos seus habitantes, quando decorre a interacção entre pessoas e bens: o sentido de grupo, de comunidade: quando nos afastamos dessa lógica, passamos a viver em guetos, como está a acontecer na sociedade contemporânea; estamos a criar locais onde a vida não acontece".
Refere que a Casa da Cultura tem, igualmente, como objectivo, contribuir para estruturação da identidade das gerações vindouras, potenciando a tomada de consciência de preservação daquilo que pertence à comunidade.
“Se tivermos a capacidade de contribuir para o futuro da comunidade, a partir da história, tomando como exemplo a passagem de fenícios, romanos e árabes que nos deixaram vestígios de valor precioso e, a partir do início do século XX, a vinda das indústrias de cimento, o legado de Henrique Sommer e de António Champalimaud, como paradigma do desenvolvimento industrial, as indústrias do barro, da madeira, da resina e a importância da Igreja Matriz e das ermidas, com os ensinamentos atrás referidos, recordados, este ano, nas comemorações da elevação de Maceira a Freguesia há cinco séculos, poderemos evitar alguns erros como sucedeu no passado.”
Jorge Francisco dá como exemplo o que se passou com as ruínas da villa romana, descobertas nos arredores de Maceira, colocadas a céu aberto na primeira metade do século XX, e que não foram devidamente acauteladas, de modo a evitar a sua destruição, por vandalismo e roubo de peças.
"Há um painel de mosaico romano que foi levado para Londres pelo reverendo Russel em meados do século XIX, para ser estudado, e nunca foi devolvido!” No futuro, a inten&cce
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