Investigadora de Ourém ganha prémio que dará 300 mil euros para projecto científico

Natural de Ourém, cidade onde fez todo o seu percurso académico até ao ensino superior, Vânia Silva foi a vencedora da edição deste ano do Science Award Atlantic, atribuído pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).

Com este prémio, a investigadora do Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve garantiu um financiamento de 300 mil euros, para desenvolver um projecto que pretende perceber os processos que controlam o destino das larvas de peixe durante as migrações entre as áreas de desova e berçário.

Segundo um comunicado publicado no site da FLAD, o projecto decorrerá em quatro regiões - Portugal, São Tomé e Príncipe costa Oeste dos EUA e Dominica – e pretende “preencher lacunas no conhecimento”, nomeadamente ao nível “dos impactos das alterações climáticas e do desenvolvimento de estratégias de gestão sustentável, protecção e conservação de importantes recursos e ecossistemas marinhos do Atlântico”.

Além do desenvolvimento científico, o projecto “contribuirá para uma melhor compreensão das comunidades locais em relação à protecção dos ecossistemas”, acrescenta aquele comunicado, que realça o envolvimento das comunidades no planeamento, recolha de dados, debate de resultados, e na elaboração de medidas de gestão, “permitindo assim uma valorização do conhecimento local”.

“Ao envolver as comunidades locais em Estados em desenvolvimento – como São Tomé e Príncipe e Dominica -, o projecto da Vânia Baptista vai permitir que este conhecimento se traduza em acções concretas e desenvolvimento destas destas comunidades, garantindo que os ganhos são partilhados com todos”, nota Michael Baum, membro do Conselho Executivo da FLDA, citado naquela nota de imprensa.

Na última reunião de Câmara de Ourém, o executivo aprovou um voto de reconhecimento a Vânia Baptista, pelo prémio conquistado e “por todo o percurso académico e profissional desenvolvido”. “Este prémio engrandece o sistema educativo do concelho de Ourém, assim como a ciência portuguesa, pela importância do avanço do conhecimento a nível internacional”, assinale aquele voto, apresentado pela vereadora da Educação Micaela Durão.