Economia
Investimento de 3,5 milhões em parque para negócios ligados ao mar
Construção do smartOCEAN vai ser iniciada no ano que vem em Peniche
smartOCEAN é o nome do parque de ciência e tecnologia do mar que vai nascer em Peniche, um investimento superior a 3,5 milhões de euros.
Está desenhado para servir de interface entre os sistemas empresarial e científico, “e será dotado de condições de excelência”, em termos físicos e de equipamentos tecnológico, com vista à incubação de empresas de aquacultura, biotecnologia, inovação alimentar, turismo costeiro e tecnologias de informação, comunicação e electrónica, aponta em nota à imprensa o Politécnico de Leiria, um dos parceiros do projecto (com a Câmara de Peniche, a Docapesca e a Biocant).
O parque foi apresentado na semana passada durante a cerimónia de assinatura do auto de consignação da empreitada do prolongamento do quebra-mar interior do porto de Peniche (ver caixa), com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.
O smartOCEAN, que pretende concretizar o desígnio do mar, promovendo a exploração sustentável dos recursos marítimos, deverá começar a ser construído no ano que vem.
Mas já há empresas interessadas em instalar-se: Bitcliq (tecnologia da informação comunicação e TICE), SEAentia e Flying Sharks (ambas na área da aquacultura), I&D Food (inovação alimentar/biotecnologia), Professional Fish Keepers (aquacultura ornamental), Bluegrowth (consultoria), Domatica (internet of things), Youseame (turismo náutico), e Ocean Tech HUB.
“Trata-se de um projecto estruturante que promoverá a transferência de conhecimento para o tecido empresarial e a inovação de base tecnológica”, que permitirá captar e reter talentos e recursos e gerar inovação sustentável, “assumindo o papel de agente catalisador de uma economia do mar sustentável, fortemente empreendedora, valorizando economicamente a investigação aplicada, e tirando vantagem de uma rede colaborativa focada na inovação amiga do mar e do ambiente”, frisa o Politécnico.
“Queremos contribuir para a mudança de paradigma empresarial das comunidades costeiras. O mar não é só fonte de pescado, e a economia do mar deve ser baseada no conhecimento e na inovação, com respeito pelos recursos limitados dos oceanos, numa estreita ligação à investigação e ao desenvolvimento sócio-económico”, explica Sérgio Leandro, coordenador científico do projecto.
“O smartOCEAN permitirá criar uma relação simbiótica entre o território de Peniche, com uma forte vocação e tradição marítima, a formação superior nas áreas do turismo, ciência e tecnologias do mar, na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar, e a infraestrutura científica do Politécnico de Leiria dedicada ao mar, o Cetemares”.
Quebra-mar alargado melhora condições
O quebra-mar interior do porto de Peniche vai ser prolongado para melhorar as condições de abrigo da frota artesanal de pesca, num investimento de 1,1 milhões de euros. A cerimónia de consignação da empreitada (com um prazo de execução de 150 dias) foi assinada na semana passada.
A obra, lançada pela Docapesca e co-financiada pelo programa operacional Mar 2020, contempla o prolongamento do quebra-mar em 140 metros e ainda a reabilitação da super estrutura já existente, explica a empresa. Entre outros aspectos, prevê-se igualmente a realização de duas operações de dragagem, representando um investimento de cerca de 643 mil euros.
A obra de dragagem está em fase de concurso público, estimando-se que possa ser adjudicada em Agosto. Durante a cerimónia foi também assinado o contrato relativo à empreitada de reabilitação da estação de captação de água salgada do porto de Peniche, da responsabilidade da Docapesca, um investimento de cerca de 195 mil euros.