Viver

Já ouviu o som das novas esculturas musicais de Leiria?

5 nov 2020 17:32

O escultor Pedro Lino é o autor das mais recentes peças de arte pública da cidade

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Pedro Lino, 40 anos, é um escultor e restaurador natural das Cortes, Leiria. Já trabalhou em grande parte dos mais famosos monumentos nacionais
Ricardo Graça
Jacinto Silva Duro

O primeiro aniversário do ingresso da Leiria Cidade Criativa da Música na Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi marcado por várias actividades, no fimde- semana, mas uma delas foi a inauguração de duas esculturas interactivas de arte pública, colocadas na Praça Eça de Queiroz.

São o resultado de um desafio proposto pelo artista Pedro Lino, que a autarquia abraçou, para a criação de duas esculturas em pedra, tendo a música como tema.

Baptizou-as como "Bancos de Som", adivinhando-lhes futuras brincadeiras de crianças e tardes passadas em família a explorá-las. Além dos seus significado e significante, assumem uma função prática, pois podem ser utilizadas como bancos ou como verdadeiros instrumentos musicais; um metalofone e uma harpa.

“Foi uma experiência nova para mim, porque jamais tinha feito algo do género", conta o autor, que é natural das Cortes (Leiria), freguesia onde ainda vive e tem a sua oficina. Reconhece que dar uma função musical às suas peças foi a parte mais trabalhosa. "Tive de fazer pesquisa dos materiais, confirmar que o conceito resultava e estive até ao último minuto na dúvida de saber se tinha boa acústica."

Pedro Lino estudou Cantaria Ornamental na extinta Escola de Artes e Ofícios da Batalha, e isso deu-lhe o conhecimento necessário para executar estas duas grandes peças, a partir de blocos de mármore "pele de tigre" de Estremoz, uma pedra rija, que o artista classifica como "lindíssima".

Pedro Lino (Fotografia por Ricardo Graça)


Ao longo de dois meses, as peças foram esculpidas a golpes de cinzel e serra, a fim de lhes retirar o miolo, com o intuito de criar caixas acústicas de ressonância. Lino afirma que, agora, gostaria de ver o interior “miolo” acabado e colocado ao lado dos "Bancos de Som", numa espécie de referência visual ao processo e como forma de enriquecer a mensagem não verbal que quis transmitir. <

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