Sociedade
Jotas e jotinhas: tudo começa nas escolas
Em cada ano lectivo, as juventudes partidárias organizam-se para cativar os melhores alunos e afirmar a ideologia.
O recrutamento começa logo no ensino secundário, em simultâneo com a luta pela influência nas associações de estudantes. Não há combate entre juventudes partidárias sem contagem de espingardas na escola. É o laboratório onde as jotas arriscam as primeiras batalhas e o viveiro que ajuda a renovar a militância. Às claras ou na clandestinidade, as iniciativas repetem-se em cada ano lectivo, com objectivos políticos e estratégicos: cativar os melhores, afirmar a ideologia, condicionar decisões.
Oficialmente, as juventudes partidárias negam a vontade de controlar as associações de estudantes. Mas os currículos dos dirigentes mostram caminhos que se cruzam, não raras vezes. "É normal, havendo militantes da JS, por exemplo, numa lista de uma escola secundária, que esses militantes façam o trabalho junto à liderança dessas listas, façam o convite, porque são pessoas da sua relação e são pessoas que se destacam", afirma Diogo Cruz, ele próprio militante da JS quando se tornou presidente da associação de estudantes da Domingos Sequeira, anos antes de assumir a liderança da federação distrital de Leiria da Juventude Socialista. Tudo passado. O presente é o cargo de assessor do vereador Gonçalo Lopes na Câmara Municipal de Leiria.
As associações de estudantes significam poder, mesmo que apenas um poderzinho. E, sobretudo, amplificam a voz de quem as dirige. "As jotas têm o objectivo de espalharem a mensagem o mais facilmente possível e ao maior número de pessoas possível e chegarem às associações de estudantes é uma forma de o fazer", reconhece Diogo Cruz. "Não concordo com a ideia de ter as associações de estudantes para as controlar. Isso sempre foi algo contra o qual me bati".
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