Sociedade
Jovem de Pombal desenha óculos para marca de luxo Linda Farrow
Designer de moda, Carolina Gonçalves está radicada em Londres há sete anos
É, sobretudo, o processo criativo associado ao desenvolvimento do produto que fascina Carolina Gonçalves, designer de moda natural de Pombal, radicada em Inglaterra há sete anos.
Já trabalhou como consultora para marcas de luxo como a Hermés Maison, a Fendi Costure ou a The Row. Desde Novembro, está como junior accessories designer da conceituada marca de óculos Linda Farrow.
Do seu currículo, faz ainda parte a vitória no concurso Sangue Novo da Moda Lisboa, conquistada em 2019.
Ao contrário do que acontece com muitas adolescente, Carolina Gonçalves “nunca” foi “obcecada” por roupa nem pela tentação das compras.
“Na verdade, isso não despertava em mim grande interesse”, assume. No entanto, há um outro lado do mundo da moda que desde cedo a cativou: a criação conceptual e o processo criativo que está por detrás do produto.
Não foi, por isso, de estranhar que, terminado o secundário, a sua opção recaísse em designer de moda. Candidatou-se ao ensino superior e trocou a viagem de finalistas por um curso de Verão de ilustração de moda na Central Saint Martins, em Londres.
Ainda regressou a Portugal e iniciou a licenciatura na Universidade de Lisboa, mas “ao fim de três ou quatro meses” percebeu que “não era ali que queria ficar”. Começou, então, a trabalhar no seu DR portfólio e a preparar a candidatura a universidades inglesas.
“Em Portugal, quase tudo se passa em sala de aula. Aqui, [em Londres] as coisas acontecem. Há a possibilidade de contacto próximo com pessoas do meio e muitos eventos. Apesar de ser uma indústria muito competitiva, porque há centenas de alunos a sair todos os anos das universidades, também existem muitas oportunidades”, salienta Carolina Gonçalves, de 26 anos.
Das três instituições a que concorreu, entrou na London College of Fashion, sendo que ao longo dos quatros anos de curso fez estágios com os estilistas Christopher Kane, Simone Rocha e Vivienne Westwood.
“Em Inglaterra, dá-se muito valor à experiência. O terceiro ano, foi todo feito em contexto profissional, o que dá uma grande bagagem”, diz a jovem designer, que no final do curso concorreu e venceu o Sangue Novo, um concurso para jovens talentos inserido no Moda Lisboa.
Além do prémio monetário, Carolina Gonçalves conquistou também o direito a um mestrado em Florença, Itália, para onde se mudou em Janeiro de 2020. Só que, entretanto, surgiu a pandemia, que a fez regressar a Londres.
“O primeiro instinto foi procurar emprego e, contrariando as minhas fracas expectativas, consegui trabalho como freelancer para uma consultora que desenvolvia projectos para marcas como a Hermés Maison, a Fendi e a The Row, não só na área do vestuário, mas também de artigos para casa e acessórios de moda”, conta.
Como não podia acumular a bolsa de mestrado e o emprego, teve de optar. Decidiu ficar em Londres a trabalhar, por entender que “nesta área a experiência é o mais benéfica”.
Durante um ano e meio, esteve a colaborar com a aquela consultora, especializando-se na área da pesquisa e direcção criativa inicial do produto.
Em Novembro último, abraçou um novo desafio, trabalhando actualmente para a Linda Farrow, marca de óculos de luxo.
“A partir do momento em que temos um processo criativo, podemos aplicá- lo a qualquer produto ou objecto. É o que mais me fascina na moda”, confessa a jovem designer, que não tem planos para regressar a Portugal. Nem mesmo os receios que o Brexit lhe trouxeram a fizera
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