Sociedade

Leiria com recorde de consumo de água da rede em Julho

10 dez 2022 11:00

A seca e os fogos florestais que assolaram o concelho nesse período são as principais razões apontadas para o aumento do consumo no passado mês de Julho.

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SMAS assumem combate às perdas de água do sistema como uma prioridade
Ricardo Graça
Maria Anabela Silva

Quase 1,1 milhão de metros cúbicos. Foi este o consumo de água da rede pública registado em Julho último no concelho de Leiria e que constituiu um valor recorde. A seca e os fogos florestais que assolaram o concelho nesse período são as principais razões apontadas para o aumento dos gastos de água naquele mês.

“Em Julho tivemos um consumo anormal. Não há registo de um consumo tão elevado”, afirmou o vereador Ricardo Santos, na última reunião de câmara, aquando da discussão da proposta de orçamento dos SMAS (Serviços Municipalizados de Água e Saneamento) para o ano de 2023.

A par da situação de seca que assolou o País e que forçou alguns clientes dos SMAS que têm poços e furos a recorrer mais à água da rede, o combate aos fogos florestais que atingiram o concelho também influenciou o aumento do consumo, salientou o vereador.

De acordo com dados facultados ao JORNAL DE LEIRIA, em Julho deste ano, foram consumidos no concelho 1.074.900 metros cúbicos de água Comparando com Julho do ano passado, houve um aumento de 121.516 m3.

“Os SMAS já registaram distribuição mensal de água superior a um milhão de m3 noutros anos”, salienta a resposta da autarquia. Durante discussão do orçamento dos SMAS para o próximo ano, o vereador Ricardo Santos destacou a prioridade dada à remodelação da rede de água, num momento em que o saneamento atingiu “95% de cobertura” do concelho.

O combate às perdas da rede, que em Outubro último se cifravam em 37% da água injectada no sistema, é, segundo o vereador, outra das apostas de um orçamento que totaliza 23 milhões de euros.

PSD critica “ineficiência”
Os vereadores do PSD votaram contra a proposta de orçamento dos SMAS, com críticas à “ineficiência” do sistema, com perdas de água na ordem dos 37%, que se reflecte “nos custos suportados pelos utilizadores”. O PSD contestou também o facto de o investimento previsto ser “maioritariamente” para equipamentos, com “pouca abrangência na remodelação dos sistemas de distribuição de água”.