Economia
Leiria é um dos distritos onde há mais dificuldades em recrutar
A Zaask, em parceria com a Católica, promoveu um estudo que revela que Leiria é um dos distritos onde as empresas têm mais dificuldades em recrutar novos colaboradores.
Embora apresente vários aspectos com uma avaliação acima da média nacional, Leiria está entre os distritos cujas empresas têm mais dificuldades em recrutar novos colaboradores, de acordo com os resultados da segunda edição do Estudo Nacional de Competitividade Regional, recentemente lançado pela Zaask, em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, para o qual foram ouvidos 1321 empresários a nível nacional.
Numa escala de um a cinco, e no que toca à facilidade de contratar novos recursos humanos, Leiria fica-se por 2,43, abaixo da média nacional (2,81) e abaixo do valor da primeira edição do trabalho, quando se situava nos 3,13.
Os resultados do estudo confirmam a realidade vivida pelas empresas. Há já algum tempo que a Moldemba, empresa de moldes da Maceira, tem vindo a publicar um anúncio para recrutar um comercial para o mercado alemão e um operador de bancada. “Sente-se muita dificuldade” em encontrar estes profissionais, diz Andreia Sousa, do departamento de desenvolvimento de projecto.
“Falta mão-de-obra qualificada. Somos uma empresa pequena, não conseguimos dar formação inicial e precisamos de pessoas com conhecimento, que possam começar logo a trabalhar”, explica.
E é precisamente nas indústrias de moldes e plásticos que as empresas mais dificuldades sentem em recrutar, aponta Carla Ferreira, explicando que se tratam de sectores que “têm crescido muito e onde não há profissionais qualificados suficientes”.
A directora-geral da Factor H, empresa de formação e recrutamento de Leiria, diz que recebe muitos pedidos para funções técnicas a que nem sempre consegue responder. “O Politécnico de Leiria faz um esforço muito grande para qualificar nestas áreas, mas não é suficiente”, refere.
É que, explica Carla Ferreira, os perfis têm vindo a evoluir e hoje as exigências são diferentes do que eram antigamente. Por exemplo, “um engenheiro tem de ter competências comerciais”. E um operador já não é alguém pouco qualificado, porque as máquinas que vai operar são cada vez mais específicas e sofisticadas.
A responsável da Factor H diz que há muitas empresas a recrutar para a área comercial, mas que este é um profissional cada vez mais difícil de encontrar, ao contrário do que acontecia antigamente.
“É uma área muito desafiante, porque as empresas enfrentam cada vez mais concorrência, e o comercial tem de ser muito resiliente, muito persistente, com muita capacidade de auto-liderança e ambição. Nem toda a gente tem este perfil”, explica Carla Ferreira.
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