Sociedade
Leiria exige solução Monte Real nos estudos para o novo aeroporto de Lisboa
Município de Leiria reclama junto da Comissão Técnica Independente que novo aeroporto de Lisboa fique a norte do rio Tejo
Criada no final do ano passado, a Comissão Técnica Independente (CTI) que está instalada no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, tem a seu cargo a avaliação ambiental estratégica para a expansão aeroportuária da região de Lisboa.
A resolução do Conselho de Ministros aprovada no ano passado definia a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém) e previa que pudessem ser acrescentadas outras opções.
Em declarações à agência Lusa, a professora universitária Rosário Macário, especialista em Planeamento e Operação de Sistemas de Transportes, que ficou responsável pela coordenação da área de planificação aeroportuária na CTI, disse há dias que também Beja e Alverca, pelo menos, vão entrar na lista de localizações em estudo pela CTI para novo aeroporto de Lisboa.
Agora, o Município de Leiria vem reclamar, junto da CTI, “a construção do futuro aeroporto a norte do rio Tejo e a inclusão da Base Aérea de Monte Real no lote de localizações em análise para a localização do futuro aeroporto”.
Num comunicado distribuído este sábado, 4 de Fevereiro, o Município de Leiria adianta que a posição manifestada na quinta-feira junto da CTI “reforça uma missiva no mesmo sentido enviada ao primeiro-ministro António Costa, dia 7 de Outubro de 2022, na sequência da apresentação do Projecto de Alta Velocidade Ferroviária, que contempla uma paragem em Leiria”.
No documento enviado à CTI, segundo a nota divulgada esta manhã pelo Município de Leiria, destaca-se que, tendo em conta que Leiria, ao ser contemplada com uma paragem de alta velocidade, fica apenas a 40 minutos de Lisboa (e 50 do Porto), a Base de Monte Real passa a reunir condições para ser encarada numa dupla perspectiva: por um lado, como opção de localização do futuro aeroporto, ou, por outro, como base de dimensão regional, especialmente vocacionada para assegurar serviço aeroportuário à região centro, actualmente a única região do País sem aeroporto, registando uma crescente procura internacional.
“Acreditamos que, perante este novo contexto, Leiria poderá dar um contributo para a resolução do estrangulamento que Portugal regista neste momento no que diz respeito à capacidade aeroportuária, configurando Monte Real uma alternativa de implementação em prazo mais curto que as alternativas até agora conhecidas”, refere o documento.
O Município de Leiria salienta que existe apenas uma infraestrutura aeroportuária internacional a norte, sendo que uma escolha a sul do Tejo deixaria uma imensa região (entre os rios Tejo e Douro) desprovida de um aeroporto capaz de alimentar a ambição de crescimento, desenvolvimento e abertura ao mundo da população e que a Sul do Tejo encontram-se 1.980.199 residentes, correspondentes a 19% da população nacional, enquanto a norte residem 7.877.394 pessoas, o que corresponde a 76% da população.
“Entendo que, perante este cenário, a Base Aérea de Monte Real deve ser considerada como uma solução válida a incluir na avaliação, sendo, na minha ótica, a que melhor defende o interesse nacional”, conclui Gonçalo Lopes.