Sociedade

Licenciatura de presidente da Câmara de Pombal investigada por alegadas irregularidades

24 set 2021 17:53

Após queixa submetida por vereador do PSD a quem Diogo Mateus retirou pelouros em 2019

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Diogo Mateus, presidente da Câmara de Pombal
Ricardo Graça/Arquivo

A Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) decretou a investigação da validade da licenciatura em Direito do actual presidente da Câmara de Pombal, Diogo Mateus (PSD), após uma denúncia.

A queixa foi feita por Pedro Brilhante, ex-presidente da distrital de Leiria da Juventude Social Democrata, vereador eleito pelo PSD, e que, até 2019, dirigiu o pelouro do Desporto, Tempos Livres e Lazer; Juventude e Empreendedorismo; Equipamentos Públicos; Agricultura e Florestas, data em que lhe foram retiradas as pastas pelo presidente do Executivo camarário.

Segundo o processo entregue à IGEC, após uma consulta de documentos fornecidos pela Direcção-Geral do Ensino Superior e aprovada pela Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, Brilhante acredita que "haverá irregularidades" no grau obtido por Mateus na extinta Universidade Internacional da Figueira da Foz.

"A IGEC analisou a documentação enviada e ordenou ao Ministério Público que procedesse à investigação", disse o vereador social-democrata ao JORNAL DE LEIRIA.

A notícia foi avançada hoje, dia 24 de Setembro, pelo portal noticioso Sapo 24 que revela que, entre "os argumentos apresentados está a realização de exames em anos em que Diogo Mateus não estava matriculado na instituição". 

Supostamente, Mateus não esteve matriculado em 2008/09, embora tenha "concluído a licenciatura em Outubro de 2008, sete meses antes de ser determinado o encerramento compulsivo da universidade", por "manifesta falta de viabilidade económico-financeira da instituição".

Citado pelo Sapo 24, Diogo Mateus desmente as acusações e diz estar pronto para responder com documentação à IGEC. O JORNAL DE LEIRIA tentou contactar o autarca, mas este mantém-se incontactável.

Porém, em declarações dadas ao portal noticioso, este diz esperar que "o ministério faça uma investigação célere".

"Perante evidências comprovadas de incapacidade de cumprir bem a sua missão, da mesma maneira que lhe [a Pedro Brilhante] entendi dar a confiança, dando pelouros e dando competências, entendi que já não existiam condições para que isso pudesse acontecer e, portanto, não havendo condições, pura e simplesmente retirei a confiança. Foi a partir deste momento que o vereador achou que deveria iniciar um conjunto de iniciativas para enlamear o nome das pessoas", afirma o autarca.