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Livro aborda a Censura nos jornais O Mensageiro, A Voz do Domingo e Região de Leiria durante o regime do Estado Novo
Através de documentos da época Joaquim Santos criou um retrato da repressão contra a imprensa antes do 25 de Abril
"Leiria na Censura" é o título do mais recente livro do investigador Joaquim Santos a ser apresentado no dia 30, pelas 17 horas, na Biblioteca Municipal de Leiria.
Continuando o seu trabalho de investigação sobre o passado da região de Leiria, com fico na cidade e no seu concelho, o autor volta a mergulhar na imprensa de Leiria, para nos trazer, neste que é o seu 32.º livro, um conjunto alargado de documentação sobre a acção da Censura em Leiria, com maior incidência nos jornais O Mensageiro, A Voz do Domingo e Região de Leiria.
Joaquim Santos refere que a sua obra mostra como a Comissão dos Serviços de Censura, os Ministérios em Lisboa, membros do Governo do Estado Novo, estavam em articulação com os delegados do departamento da Comissão da Censura em Leiria, também com outros organismos públicos locais, como o Governo Civil de Leiria e a polícia, intervindo e punindo os títulos e os directores dos periódicos da cidade.
"O semanário Região de Leiria, quando fechava a sua edição, recebeu a notícia da revolução dos Cravos, conseguindo publicar num canto do jornal uma pequena nota, referindo que 'quando fechávamos o jornal, chegou-nos a notícia de ter eclodido um movimento militar com o fim de terminar o regime...'.", recorda o autor.
O livro publica uma recolha de fotografias do movimento popular no pós 25 de Abril de 1974 em Leiria, que chegou apenas no dia 27 de Abril de 1974, através de uma manifestação de apoio ao Movimento das Forças Armadas de Portugal, realizada na Praça Rodrigues Lobo.
É ainda abordada a questão do 25 de Novembro de 1975, com destaque para o último foco da resistência das forças revoltosas, na Base Aérea de Monte Real.