Economia
Madeiras Afonso quer aumentar quota nacional de mercado
Grupo de três empresas facturou, no ano passado, cerca de 22 milhões de euros
O grupo Madeiras Afonso, sediado em Silveirinha Grande, no concelho de Pombal, acolheu um encontro com empresários e parceiros, no sábado passado, para dar a conhecer as empresas do grupo e os produtos fabricados.
“Somos um grupo de três empresas que facturou, no ano passado, cerca de 22 milhões de euros. Temos duas unidades na Silveirinha Grande, e outra em Paul, em Monte Redondo, no concelho de Leiria”, explica Ricardo Pinto, porta-voz do grupo.
A Madeiras Afonso emprega 125 trabalhadores de quase uma dezena de nacionalidades.
“Temos pessoas da Índia, da Paquistão, do Nepal, do Bangladesh, da Ucrânia ou do Brasil, nacionalidades que se instalaram na Marinha das Ondas, aqui ao lado”, adiantou ainda, o porta-voz, durante o encontro com os parceiros, ocasião que serviu para reforçar a aliança que a empresa estabeleceu, há oito anos, com a Koppers, multinacional de origem norte-americana, líder mundial de tratamento de madeiras e de impregnação de madeira.
Ricardo Pinto referiu que o grupo pretende aumentar a sua quota nacional de mercado e busca uma posição mais reforçada no sector agrícola, onde já está bem posicionado.
“Somos talvez o segundo maior protagonista a nível nacional na estacaria para agricultura, para vedações e vinhas e postes telefónicos. Queremos também trabalhar para construção, com vigas, barrotes ou decks, entre outros produtos.”
Neste momento, o core business da empresa é o comércio de madeiras e a exploração florestal e aposta é no business2business com os seus clientes.
Actualmente, mantém contratos com empresas como a Navigator Company, a Altri e a Ence, a papeleira espanhola.
“Estamos também a exportar estilha para países nórdicos. Tudo para o negócio da celulose.”
O encontro com empresários e autarcas de Leiria, Pombal e Figueira da Foz, reuniu cerca de 40 empresas e 80 pessoas e serviu ainda para a empresa fazer o lançamento de uma cuvete de madeira, um novo produto que será utilizado na indústria para alimentos pré-cozinhados, destinada a pizzas e pastas.
Segundo Ricardo Pinto, esta é uma alternativa ao uso dos plásticos, cartão ou alumínio, com a vantagem de poder ser levadas a forno, micro-ondas e congelação, suportando temperaturas entre os -40 a 240º C.
"As cuvetes de madeira para alimentação da Madeiras Afonso têm agora um novo nome Wood&Oven!"
O filho de alfaiate que gostava de árvores
André Afonso, fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo, recordou como, há 25 anos foi criada a Madeiras Afonso a partir de uma sociedade familiar com o pai e as irmãs.
“Sou filho de um alfaiate que hoje tem 81 anos. Ele queria que lhe seguisse a profissão, mas eu não gostava nada de ser alfaiate”, contou.
Assim que saía da escola, corria a ver os madeireiros a cortar e a carregar madeira. Quando tinha cerca de 20 anos, convenceu o pai a fazer um contrato de produtor florestal com a Celbi, da Figueira da Foz.
Começou com mil metros cúbicos anuais.
“Há sete anos, senti necessidade de, ou fundar uma empresa sozinho, ou comprar as partes dos meus sócios. Após alguma resistência do meu pai, lá o convenci e a Madeiras Afonso ficou minha e da minha mulher, Ana Paula Afonso”, conta.
Actualmente, além do mercado das madeiras tratadas, a empresa gere quatro mil hectares de plantações florestais, metade dos quais, arrendados.