Economia

Mais de metade das empresas familiares sem plano de sucessão

27 jan 2017 00:00

Estudo revela que são 70% do tecido empresarial do distrito de Leiria

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Raquel de Sousa Silva

São uma “peça fundamental” em todas as economias e uma “força motriz para a mudança e a inovação”. De acordo com estudos recentes, as empresas familiares representam cerca de 80% do tecido empresarial nacional, assegurando 50% do emprego.

Na nossa região, 70% das empresas são familiares, segundo um estudo do Observatório de Empresas Familiares que funciona junto do Politécnico de Leiria.

Inês Lisboa, investigadora deste observatório e do Centro de Investigação em Gestão para a Sustentabilidade (CIGS), também do IPLeiria, revelou ao JORNAL DE LEIRIA algumas das conclusões de um inquérito que fez há um ano junto de 456 empresas da região. Destas, “55% não têm plano de sucessão”. Neste universo, 35% consideram que “ainda têm muito tempo para pensar nisso”.

“A sucessão é o principal problema das empresas familiares”, entende igualmente Telma Curado, managing director da Goodwise, empresa de consultoria estratégica e de gestão com escritórios em Leiria e Lisboa que é associada assistente (prestadora de serviços) da Associação das Empresas Familiares.

A profissional lembra que neste tipo de sociedades “muitas vezes está tudo concentrado numa única pessoa” e diz que “quando não há preparação [para a sucessão] a empresa pode morrer”. Partilha a visão de que a maioria das empresas não tem plano de sucessão. “Quando o assunto é abordado, muitas vezes os fundadores até reagem mal”.

A Sunaitec é uma das muitas empresas familiares que compõem o tecido empresarial do distrito de Leiria. Desenvolve, produz e comercializa soluções avançadas na área da energia solar. Foi criada em 2008 por Amílcar Lopes e por um dos filhos (Luís Miguel). Três anos depois juntou-se-lhes Telmo, o outro filho.

“Não houve qualquer tipo de pressão para que integrassem a empresa. Mas claro que o meu objectivo é que eles assegurem a sua continuidade”, diz Amílcar Lopes. Nesta, como em muitas outras empresas da região, não há ainda um plano de sucessão definido.

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