Economia

Marcha lenta de pesados no IC2 protesta contra ausência de apoios ao sector dos transportes perante aumento nos combustíveis

18 mar 2022 10:51

Motoristas dirigem-se para Porto de Mós

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Veículos pesados deslocam-se em protesto pelo IC2
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Redacção/Agência Lusa

Uma marcha lenta de transportes pesados de mercadorias em direcção a Porto de Mós, acontece sexta-feira, de manhã, para protestar contra a ausência de apoios do Governo ao sector, no actual cenário de escalada de preços dos combustíveis, segundo informou à Lusa o porta-voz da iniciativa.

De acordo com Paulo Paiva, da plataforma "Sobrevivência do Sector", trata-se da “única acção” de protesto prevista, indicando que os motoristas se vão reunir para perceber o que “podem fazer”.

“A única acção que está prevista da plataforma do Carregado será essa marcha até Porto de Mós para se juntar com os restantes profissionais do sector que também aderiram, que vêm do norte e que estavam organizados para realizaram a marcha no Porto, em Matosinhos”, indicou.

“[…] Vão voltar a reunir, perceber o que efectivamente podem fazer e atempadamente decidirão quais serão as novas formas de protesto e contestação”, sustentou.

Paulo Paiva precisou ainda que dever-se-ão juntar cerca de 300 viaturas, em conjunto com os profissionais do sector das zonas do centro do norte. Do Carregado (Lisboa), acrescentou, vão sair “à volta das 40/50 viaturas” para Porto de Mós.

“Entretanto, [os motoristas] viram que pelo menos uma das medidas que era imperativa que era a questão do IVA […] e a redução das portagens da classe 4 para a classe 2 não foram atendidas e a plataforma resolveu manter o protesto, saindo ao encontro de outros empresários do sector na zona Centro nomeadamente em Porto de Mós”, afirmou.

A plataforma foi criada através do Whatsapp esta semana por empresários do sector que organizaram um protesto na segunda-feira, no qual cerca de 40 empresários e motoristas participaram.

Já na terça-feira, foi realizada uma marcha com partida do Carregado, mas os camiões não chegaram a entrar na segunda circular, em Lisboa, tendo sido barrados pela polícia, contou Paulo Paiva.

“Estamos a reivindicar as nossas causas, que, no fundo, partem da escalada do preço dos combustíveis, que torna impossível podermos trabalhar”, disse à Lusa na segunda-feira o empresário Mário Nobre, que participou no protesto.

O empresário garantiu que este protesto não tem um fim definido e que apenas terminará quando houver “condições para trabalhar”.

Mais de 200 empresários do sector do transporte de mercadorias acordaram no domingo a paralisação de 20% das suas frotas em protesto contra a subida dos preços dos combustíveis.

O encontro de domingo aconteceu um dia após uma reunião da Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), que admitiu que a solução para a sobrevivência das empresas de transporte de mercadorias, face à escalada do preço dos combustíveis, passa por um aumento das tarifas.

Os transportadores rodoviários de mercadorias não foram abrangidos pelas medidas anunciadas pelo Governo para mitigar o impacto da subida dos preços dos combustíveis e que incluem, designadamente, a subida do desconto no Autovoucher de cinco para 20 euros e o prolongamento por mais três meses do apoio dado a táxis e autocarros (pagando agora 30 cêntimos por litro de combustível, em vez dos actuais 10).