Sociedade
Marinha Grande e a difícil arte de crescer por entre a Mata
Num concelho onde dois terços do território pertencem à Mata Nacional de Leiria, nem sempre tem sido fácil conciliar a defesa do património florestal com o pulsar da cidade.
No final de Agosto, uma tertúlia promovida pelo JORNAL DE LEIRIA sobre o futuro de São Pedro de Moel fazia sobressair a opinião unânime, de arquitectos, autarcas e representante da Mata Nacional na Marinha Grande, de que não fora a gestão zelosa por parte do Estado, com a colaboração da autarquia, e aquele lugar e a sua envolvente não teriam mantido as suas singulares características ambientais e arquitectónicas até hoje.
No entanto, apesar de reconhecerem o mérito da gestão da Mata Nacional de Leiria na preservação daquele e de outros locais da sua responsabilidade naquele concelho, os diferentes actores sociais não deixam de criticar a visão conversadora da Administração Central, mais voltada para manter e explorar economicamente a floresta e menos sensível às necessidades da população, das empresas, das associações culturais e desportivas que dela precisam também, para poderem crescer.
Ou não fossem dois terços da Marinha Grande compostos por floresta. O último episódio de conflito entre as prioridades da Mata Nacional de Leiria e as necessidades da população sucedeu recentemente, com o Pinhal das Artes, mas não faltam outros exemplos apontados por diversas entidades. Na semana passada, a direcção da Sociedade Artística Musical dos Poucos anunciava, em comunicado, o fim do Pinhal das Artes e a sua substituição por um novo evento, noutro local da Mata Nacional.
A resolução acontecia depois de uma reunião com o secretário de Estado das Florestas ter confirmado que a instituição não pode usar o espaço onde acontecia o festival das artes, junto a São Pedro de Moel. A SAMP vai agora pagar por usar outro local do Pinhal de Leiria, que cumpra “as condições de segurança” exigidas.
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