Sociedade

Maus-tratos a animais aumentam no distrito

31 dez 2020 15:45

PSP e GNR registam mais denúncias durante 2020

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Abandono não se verificou tanto durante o Verão
Ricardo Graça/Arquivo

O distrito de Leiria registou um aumento do número de maus-tratos a animais, com um ligeiro decréscimo relativamente ao crime de abandono. Os dados fornecidos pela GNR e pela PSP apontam para um total de 56 casos de maus-tratos até ao início de Dezembro de 2020.

A maioria das situações ocorreu na área sob a jurisdição da GNR, que contabilizou 31 crimes de maus-tratos, enquanto a PSP somou 25. Em igual período do ano passado, os casos de maus-tratos totalizaram 45, com 22 na área da GNR e 23 na PSP. Já o abandono de animais apresentou uma diminuição ao longo de 2020.

A GNR contabilizou 17 situações e a PSP oito, num total de 25. Em 2019, os números foram de 21 e 14, respectivamente, ou seja, mais dez do que este ano.

Em relação aos maus-tratos, o Comando Distrital da PSP contabilizou 140 crimes desta natureza desde 2015. Leiria volta a destacar-se com um total de 60 casos, seguido de Peniche (29), e Marinha Grande (23).

Em Caldas da Rainha, Leiria e Marinha Grande registou-se em 2020 um aumento face aos anos anteriores.

“Não entendemos que tenha havido menos abandono, mas sim que tenha acontecido de forma mais contínua. Nos anos anteriores, nas férias de Verão havia um grande "boom", mas este ano, devido à Covid o abandono foi acontecendo por outros motivos”, como a “falta de condições, perda de habitação, falta de capacidades económicas para despesas veterinárias” e “ao longo do ano”, refere Mariana Silva, uma das voluntárias da Associação Desprotegidos.

Liliana Vieira, outra voluntária, admite que o número de denúncias e maus-tratos tenham aumentado, “uma vez que as pessoas passaram mais tempo em casa e com os seus animais, tendo estado mais atentos ao que se passa na casa do seu vizinho ou na sua rua, apercebendo-se de situações que antes passavam ao lado”.

Segundo as voluntárias, a associação recebeu “mais pedidos para ajudar a suportar algumas despesas”. “Fizemos, por várias vezes, doação de ração a particulares e cuidadores. Financeiramente também não pudemos ajudar muito, porque também nós vimos os nossos donativos diminuírem”, lamentam.