Saúde
Médicos voltam a alertar para escalas incompletas na Urgência de Leiria
Muitos médicos entregaram minutas de isenção de responsabilidade
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) voltou hoje a alertar para as falhas nas escalas no Serviço da Urgência Geral do Hospital de Santo André, em Leiria.
Numa nota de imprensa, o SIM lembrou que alertou para o “agravamento da situação de carência vivida no Serviço de Urgência do hospital de Leiria”, em 8 de Setembro, e, “lamentavelmente, continua a falta de médicos para fazer face às necessidades desse serviço, com escalas para novembro e Dezembro incompletas (mas ainda assim assinadas pelo conselho de administração)”.
Segundo o sindicato, a situação passa-se “ao nível de todas as especialidades, mas principalmente em cirurgia, medicina e ortopedia”.
“Essas escalas estão em total incumprimento com os requisitos mínimos de segurança para os doentes e para os clínicos, provocando instabilidade e insegurança. O SIM torna público, mais uma vez, o apelo ao Governo e ao conselho de administração para que não continuem a ignorar os problemas da falta de médicos no hospital de Leiria, que nem o cada vez maior recurso a empresas prestadoras consegue disfarçar”, acrescentou a nota do sindicato.
O SIM revelou ainda que “muitos dos associados” entregaram minutas de isenção de responsabilidade por “trabalharem nestas condições”.
“Apesar de terem sido enviadas diariamente e das comunicações da direcção do Serviço de Urgência ao conselho de administração, reafirmando a escusa de responsabilidade, até agora não foi tomada qualquer atitude por quem de direito, mantendo o serviço de urgência em pleno funcionamento e colocando em risco a prestação de cuidados deste hospital”, criticou o sindicato.
Para o SIM, o conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria, que integra o Hospital de Santo André, Hospital Distrital de Pombal e hospital de Alcobaça, “demonstra a sua total incapacidade de resolver o problema e, em vez de ‘tapar o sol com a peneira’, deveria exigir meios para ultrapassar esta situação”.
“Em conjunto com o Governo, demonstra uma incompetência em fixar médicos, gerando insuficiências na prestação dos serviços com qualidade neste hospital. Não se pode pedir mais trabalho aos médicos quando estes estão a chegar no limite das suas capacidades, estando alguns já de baixa médica por 'burnout'”, alertou também.
Mostrando uma “grande preocupação em relação aos factos referidos e reincidentes”, o SIM exige “soluções” ao conselho de administração, à Administração Regional de Saúde do Centro e ao Ministério da Saúde, e irá solicitar a intervenção da Ordem dos Médicos.